domingo, 23 de agosto de 2015

Jorge Jesus torna-se no 10º treinador da história do futebol português a treinar o Sporting e o Benfica.

Com a contratação de Jorge Jesus por parte do Sporting, aquele técnico passa a ser o 10º treinador da História do Futebol Português a treinar os dois históricos e eternos "rivais da 2ª circular", e o 2º a passar diretamente (de uma época para a outra) do Benfica para o Sporting. Antes de Jorge Jesus, havia sido o treinador inglês Artur John a cometer semelhante "proeza", na já longínqua temporada de 1931-32.
No entanto, desde que começou a disputar-se o Campeonato Nacional da 1ª divisão (época de 1934-35), Jorge Jesus passa a ser o 1º treinador a transferir-se diretamente de um clube para o outro. A seguir apresentamos a lista, por ordem cronológica, dos 10 treinadores que até hoje tiveram o privilégio de treinar o Sporting e o Benfica, sendo que 3 deles (Manuel José, Fernando Santos e Jesualdo Ferreira) não conseguiram conquistar quaisquer títulos em nenhum dos 2 clubes, e Otto Glória (e também agora recentemente Jorge Jesus) foram os únicos a conquistar títulos por ambos.

ARTUR JOHN (Inglaterra): Benfica (2 épocas: 1929-30 e 1930-31 - dois Campeonatos de Portugal); Sporting (2 épocas: 1930-32 e 1932-33 - nenhum título).


OTTO GLÓRIA (Brasil): Benfica (8 épocas, duas delas incompletas: entre 1954-55 e 1958-59; entre 1967-68 e 1969-70 - 4 Campeonatos Nacionais e 5 Taças de Portugal); Sporting (2 épocas, uma delas incompleta: 1961-62 e 1965-66 - 2 Campeonatos Nacionais).


FERNANDO CAIADO: Benfica (apenas um jogo, a final da Taça de Portugal da época de 1961-62 1 Taça de Portugal); Sporting (1 época: 1967-68 - nenhum título).


FERNANDO RIERA (Chile): Benfica (3 épocas, uma delas incompleta: 1962-63, 1966-67 e 1967-68 - 3 Campeonatos Nacionais); Sporting (1 época: 1974-75 - nenhum título).


JIMMY HAGAN (Inglaterra): Benfica (4 épocas, uma delas incompleta: entre 1970-71 e 1973-74 - 3 Campeonatos Nacionais e 1 Taça de Portugal); Sporting (1 época: 1976-77 - nenhum título).


MILORAD PAVIC (Jugoslávia): Benfica (1 época: 1974-75 - 1 Campeonato Nacional); Sporting (1 época: 1978-79 - nenhum título).


MANUEL JOSÉ: Sporting (3 épocas, duas delas incompletas: 1985-86 e 1986-87, 1989-90 - nenhum título); Benfica (2 épocas incompletas: 1996-97 e 1997-98 - nenhum título).


FERNANDO SANTOS: Sporting (1 época: 2003-04 - nenhum título); Benfica (1 época: 2006-07 - nenhum título).


JESUALDO FERREIRA: Benfica (2 épocas incompletas: 2001-02 e 2002-03 - nenhum título); Sporting (1 época incompleta: 2012-13 - nenhum título).


JORGE JESUS: Benfica (6 épocas: entre 2010-11 e 2014-15 - 3 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal, 1 Supertaça Cândido de Oliveira e 5 Taças da Liga); Sporting (? épocas: 2015-16 - 1 Supertaça Cândido de Oliveira).


No currículo destes 10 treinadores, há a destacar os 10 troféus conquistados por Jorge Jesus ao serviço do Benfica, o qual passa a ser o técnico com mais títulos conquistados da história do Benfica, ultrapassando nesta contabilidade o técnico brasileiro Otto Glória, que conquistou 9 títulos de "águia ao peito". Caso se sagre campeão nacional na presente época que agora começou, Jorge Jesus iguala ainda o anterior recorde que estava na posse do mítico treinador húngaro Béla Guttmann: ser campeão nacional em épocas consecutivas ao serviço de "dois grandes". Béla Guttmann havia sido campeão nacional na época de 1958-59, em representação do F.C. Porto, e campeão nacional nas duas épocas seguintes (1959-60 e 1960-61) em representação do Benfica. Após ter sido bicampeão nacional pelo Benfica (2013-14 e 2014-15), caso seja campeão nacional pelo Sporting na presente época, Jorge Jesus iguala o feito de Béla Guttmann.



sábado, 28 de fevereiro de 2015

Recordações de um clássico F.C. Porto - Sporting com quase 30 anos!


Realiza-se, amanhã à noite, no Estádio do Dragão, mais um grande clássico do futebol português, o F.C. Porto - Sporting, a contar para a 23ª jornada do Campeonato Nacional. Trata-se do 81º jogo entre estes dois grandes rivais, tendo o F.C. Porto na condição de equipa visitada. Nos anteriores 80 confrontos disputados no reduto portista, a contar para o campeonato nacional, há a registar 43 vitórias do F.C. Porto, 24 empates e apenas 13 vitórias do Sporting.
Esta estatística mostra bem as enormes dificuldades que o Sporting sempre tem sentido, ao longo dos anos, quando tem de se deslocar ao terreno do F.C. Porto. A última vitória do Sporting em casa dos portistas ocorreu há já 8 anos, tendo sido alcançada na época de 2006/07, fruto de um golo solitário apontado pelo defesa chileno Rodrigo Tello. Aliás, a última vez que o Sporting logrou pontuar no Estádio do Dragão foi na época de 2008/09, tendo-se então registado um empate (0-0). De então para cá, não mais a equipa leonina conseguiu evitar a derrota.

O antigo e saudoso Estádio das Antas, palco magnífico de inúmeros e
inesquecíveis clássicos F.C. Porto - Sporting.

A propósito do 81º confronto que amanhã vai opor "dragões" a "leões", o Armazém Leonino recorda hoje um outro clássico disputado há quase 30 anos, na já longínqua temporada de 1985/86, o qual terminou com a vitória portista por 2-1. Este jogo, a contar para a 9ª jornada do campeonato nacional, realizou-se no Estádio das Antas, num sábado à noite, mais concretamente, a 2 de Novembro de 1985.
Na sua edição de sábado, o jornal "A Bola" publicava a habitual e indispensável caricatura da autoria do mestre Francisco Zambujal, alusiva ao clássico dessa noite que iria opor estes dois eternos rivais. Trata-se, na verdade, de uma belíssima caricatura!

O "dragão", Artur Jorge, e o "leão", Manuel José, lutam pela liderança do campeonato.

O Sporting, então treinado por Manuel José, alinhou num sistema tático de 4x4x2, da seguinte forma: Damas; Gabriel, Morato, Venâncio e Fernando Mendes; Oceano, Jaime Pacheco, Sousa e Mário Jorge; Meade e Jordão. Aos 61 minutos de jogo, Gabriel foi substituído por Saucedo e aos 67 minutos foi a vez de Meade ser rendido por Litos.

Equipa leonina que alinhou no clássico das Antas, na época de 1985-86.
Em cima (da esquerda para a direita): Venâncio, Jordão, Gabriel, Morato,
Mário Jorge, Meade e Damas.
Em baixo (mesma ordem): Oceano, Fernando Mendes, Jaime Pacheco e Sousa.

Tal como o resultado final sugere, tratou-se de facto de um jogo bastante equilibrado e renhido, com incerteza no resultado até ao final do encontro. Com efeito, foi uma partida muito bem jogada, cheia de lances e jogadas bem delineadas de parte a parte, com oportunidades de golo para ambos os lados e com muita emoção do 1º ao último minuto.
À partida para este jogo, F.C. Porto e Sporting lutavam pela liderança no campeonato e quer uma quer outra equipa atravessavam um bom momento de forma, para além de serem constituídas por jogadores de enorme qualidade técnica e tática. O F.C. Porto entrou melhor no jogo e adiantou-se no marcador aos 16 minutos, por intermédio de André. Durante a 1ª parte, o F.C. Porto manteve um ligeiro ascendente sobre o Sporting, assumindo um maior domínio territorial face ao adversário. Neste período, o F.C. Porto arriscou mais no que diz respeito ao desenvolvimento de ações atacantes, embora o Sporting nunca deixasse de responder em rápidos contra-ataques que obrigavam a defesa portista a estar sempre em alerta máximo.
Logo no reatamento da partida, aos 48 minutos, o F.C. Porto volta a marcar, por intermédio de Lima Pereira, deixando o Sporting numa situação bastante delicada em termos de uma possível recuperação. Contudo, o Sporting reagiu muito bem a essa adversidade e viria 6 minutos depois a reduzir a desvantagem, por intermédio de Venâncio. A partir daí, o Sporting desinibiu-se completamente e soltou-se em campo, partindo para cima do F.C. Porto em busca da igualdade. Até final da partida, assistiu-se a um jogo de parada e resposta, com lances de perigo em ambas as balizas e com oportunidade de golo de parte a parte. Na 2ª parte, o Sporting foi a equipa mais perigosa e aquela que arriscou mais na tentativa de conseguir pontuar, o que não viria a acontecer por manifesta infelicidade.
No cômputo geral dos 90 minutos, tendo em conta a exibição das duas equipas e as oportunidades de golo criadas por ambas, o resultado mais justo seria o empate, pois na 2ª parte o Sporting teve uma reação muito boa, perdendo o respeito ao F.C. Porto que jogava em casa e criando as melhores oportunidades de golo. Mas acima de tudo, tratou-se de um excelente espetáculo de futebol, jogado pelas duas melhores equipas do campeonato.
Com esta vitória, o F.C. Porto assumia a liderança da prova numa altura em que ainda havia muitas jornadas para disputar, pois ainda faltavam 6 jornadas para o fim da 1ª volta. Após um final de campeonato extremamente emocionante e disputado, quase palmo a palmo até à última jornada, o F.C. Porto acabaria por ultrapassar o Benfica, conquistando o campeonato com apenas 2 pontos de vantagem sobre o seu rival lisboeta, ficando o Sporting na 3ª posição, a 3 pontos do campeão nacional.
Ao contrário daquilo que se verificou há quase 30 anos no antigo e saudoso Estádio das Antas, amanhã à noite, no Estádio do Dragão, esperamos e desejamos que, desta vez, o Sporting consiga pontuar. Se não for possível alcançar a vitória, pelo menos, que consiga o empate, embora só a vitória interesse ao Sporting, tendo em vista não perder mais pontos para o líder Benfica. Acima de tudo, fazemos votos para que seja um excelente espetáculo de propaganda da modalidade, com futebol bem jogado por parte das duas equipas e com "fairplay" entre os jogadores dentro das quatro linhas e, igualmente, com civismo e espírito desportivo, entre os adeptos, fora delas.
A equipa leonina atravessa um bom momento de forma, estando a praticar um futebol bastante atrativo e entusiasmante, oferecendo, à sua vasta e fiel massa adepta, espetáculos agradáveis, apenas pecando pela falta de eficácia na concretização das inúmeras oportunidades de golo criadas.
Trata-se de um jogo com elevado grau de dificuldade diante do F.C. Porto que joga em casa e que não pode perder mais pontos se quiser aproximar-se do Benfica na tabela classificativa. Contudo, esta época, parece-nos que o F.C. Porto não está tão forte e confiante como em anos anteriores, apresentando algumas debilidades defensivas e uma menor capacidade ofensiva, comparativamente com temporadas passadas. No entanto, ao contrário da equipa portista, a equipa leonina apresenta-se mais desgastada, quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista anímico, em virtude do jogo exigente que teve de disputar na passada 5ª feira frente à equipa alemã do Wolsburgo e que ditou a eliminação do Sporting da Liga Europa.


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Recordações de um "derby" Sporting - Benfica (época de 1987/88).


Realiza-se este fim de semana (domingo, 8 de Fevereiro, pelas 20 horas), no Estádio José Alvalade, o segundo grande "derby" da época de 2014/15, opondo, uma vez mais, os dois históricos e eternos rivais de Lisboa. Trata-se do 81º encontro entre Sporting-Benfica a contar para o Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Nos anteriores 80 confrontos, com o Sporting na condição de clube visitado, há a registar 32 vitórias para a equipa leonina, 30 vitórias para a equipa encarnada e 18 empates.
A propósito deste Sporting - Benfica de domingo à noite, a contar para a 20ª jornada do Campeonato Nacional, o Armazém Leonino recorda hoje um outro "derby" referente à já longínqua temporada de 1987/88. O jogo de que vamos falar hoje, referente à 5ª jornada do campeonato nacional da época atrás referida, realizou-se a 26 de Setembro de 1987, num sábado à noite, e foi o "derby" Sporting-Benfica que se seguiu ao dos célebres 7-1 com que o Sporting "brindara" o Benfica na temporada anterior. Desta vez, porém, o resultado e a exibição do Sporting ficaram muito aquém das expectativas, pois para a história do jogo ficou um empate (1-1) e uma exibição pobre do Sporting, sobretudo, na 2ª parte do encontro.


O antigo, inesquecível e saudoso Estádio José Alvalade (1956 - 2003).

À frente do comando técnico leonino estava o treinador inglês Keith Burkinshaw que transitava da época anterior, enquanto que o Benfica havia, algo surpreendentemente, contratado um novo treinador, o pouco menos que desconhecido dinamarquês, Ebbe Skovdhal. De resto, nem um nem outro chegariam ao fim da época, sendo substituídos, respetivamente, por António Morais e por Toni. No caso do treinador inglês do Sporting, este viria  a ser substituído por António Morais, ainda durante a 1ª volta do campeonato, mais concretamente, à 14ª jornada, a 23 de Dezembro de 1987.
Aquela temporada ficaria também assinalada pela saída, durante o período de defeso, do histórico capitão Manuel Fernandes, o qual, incompatibilizado com o treinador inglês, ingressa no Vitória Futebol Clube, abandonando, ao fim de 12 épocas consecutivas, o seu clube do coração. Com vista a colmatar a saída do grande capitão leonino, o Sporting contrata dois avançados: o brasileiro Paulinho Cascavel, proveniente do Vitória Sport Clube e o inglês Tony Sealy.

A equipa leonina que defrontou o Benfica no "derby" de Alvalade, em Setembro de 1987.
Em cima (da esquerda para a direita): Venâncio (cap.), Duílio, Oceano, João Luís, Vítor Santos e Rui Correia.
Em baixo (mesma ordem): Paulinho Cascavel, Cadete, Tony Sealy, Mário e Silvinho.

Relativamente ao jogo propriamente dito, este acabou por não ter grande história, nem houve grandes incidências dignas de especial registo. Com efeito, este jogo acabou mesmo por ser um dos derbies mais pobres, menos emotivos e menos bem jogados dos últimos anos. Tanto a equipa do Sporting como a do Benfica revelaram pouco ritmo e dinâmica, com os jogadores ainda pouco entrosados entre si, tendo as equipas arriscado pouco, parecendo ambas satisfeitas com o empate e havendo a registar poucas oportunidades de golo de parte a parte ao longo da partida.
O Sporting adiantou-se no marcador à passagem da meia-hora de jogo, por intermédio de Sealy. O Benfica respondeu na 2ª parte, restabelecendo a igualdade aos 66 minutos, através de Tueba. Na 1ª parte verificou-se um ligeiro ascendente do Sporting, mas na 2ª parte o Benfica reagiu em busca da igualdade, conseguindo equilibrar a partida e até superiorizar-se ao seu rival em alguns períodos do jogo. No final, tendo em conta aquilo que se passou dentro das quatro linhas, e atendendo, quer à exibição produzida pelas duas equipas, quer às oportunidade de golo por ambas criadas, o resultado tem de se considerar justo, tendo o empate refletido a verdade do jogo e a pobreza exibicional das duas equipas.
A equipa leonina alinhou num sistema tático em 4x4x2, aparentemente de cariz ofensivo, apresentando dois pontas de lança e dois extremos bem abertos nas alas. No entanto, na prática, a equipa não viria a revelar a toada ofensiva que se esperaria, tendo em conta a constituição da equipa: Rui Correia; João Luís, Duílio, Venâncio (cap.) e Vítor Santos; Cadete, Oceano, Mário e Silvinho; Tony Sealy e Paulinho Cascavel. Na 2ª parte ocorreram as duas substituições: aos 69 minutos, Mário Jorge rendeu Mário e aos 77 minutos Litos rendeu Cadete.
Na edição de sábado (dia do jogo) do jornal "A Bola", aparecia publicada na capa a já habitual e indispensável caricatura de Francisco Zambujal, fazendo a antevisão do "derby" dessa noite. Para tal, o talentoso e genial artista recorreu aos dois treinadores dos rivais de Lisboa para retratar um possível cenário para o jogo, prevendo que o Sporting viesse a jogar ao ataque, assumindo as despesas do jogo, arriscando mais em busca da vitória, uma vez que jogava em sua casa e o Benfica vinha fragilizado do ponto de vista anímico com um mau começo de campeonato, resultante de duas derrotas, diante do Marítimo e do Vitória Futebol Clube.

Keith Burkinshaw lança os leões contra Ebbe Skovdahl.

O tão ansiado e emocionante "derby" Sporting-Benfica de domingo à noite chega, desta vez, à 20ª jornada e todos os adeptos e sócios leoninos esperam e desejam que o Sporting confirme neste jogo tudo aquilo que de bom tem feito até agora, continuando na senda das vitórias e das boas exibições, mas que, sobretudo, vença a partida, pois tal significaria reduzir a desvantagem para apenas 4 pontos em relação ao seu rival da 2ª circular.
Para além da redução dessa desvantagem entre os dois clubes, essa vitória a acontecer daria ainda mais motivação e esperança à jovem equipa leonina, permitindo-lhe continuar na luta pelo título, deixando tudo em aberto daí para a frente, quando ainda ficariam 14 jornadas por disputar até final do campeonato. 
Todos sabemos como os resultados dos "derbies" são imprevisíveis, não havendo, muitas vezes, qualquer lógica em termos daquilo que seria de esperar, tendo em conta a prestação recente das duas equipas. É, pois, sempre difícil prever aquilo que vai acontecer em termos do resultado final de uma partida deste género, embora se possa especular acerca do momento de forma atual das duas equipas e, nesse aspeto particular, pensamos que o Sporting está mais forte e que tem maior probabilidade de vencer o jogo. Se tal acontecer e a vitória for acompanhada de uma boa exibição e por um excelente espetáculo de futebol, com correção e "fair play" dentro e fora das quatro linhas, será "ouro sobre azul"!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Recordações de um clássico Sporting - F.C. Porto (época 1981/82).


Realiza-se amanhã, dia 26 de Setembro, o segundo confronto da época envolvendo os "três grandes" do futebol português, mais concretamente, o clássico Sporting - F.C. Porto, no Estádio José Alvalade (Alvalade XXI). Decorridas que estão 5 jornadas do Campeonato Nacional, Sporting e F.C. Porto encontram-se à 6ª jornada separados por escassos 2 pontos a favor dos portistas, e em caso de vitória leonina, como desejamos e esperamos que venha a acontecer, o Sporting passará para a frente do F.C. Porto. Obviamente que este Sporting-F.C. Porto não é um jogo decisivo na luta pelo título, pois ainda há muitas jornadas e muitos pontos em disputa, mas é inegável que uma vitória do Sporting irá moralizar e motivar esta jovem equipa para realizar um bom resto de campeonato.
Até hoje, Sporting e F.C. Porto defrontaram-se por 80 vezes em jogos a contar para o Campeonato Nacional, com o Sporting na condição de clube visitado. Desses 80 confrontos realizados em casa dos "leões", há a registar uma clara supremacia leonina de 43 vitórias (mais de 50 por cento), 18 empates e 19 derrotas. A título de curiosidade, registe-se que o F.C. Porto não vence em Alvalade há já 5 temporadas, pois a última derrota leonina caseira aconteceu na época 2008/09, tendo então o F.C. Porto derrotado o Sporting por 2-1.
Na véspera de mais um grande clássico do futebol português e dando sequência a artigos anteriores publicados, de antevisão destes jogos entre os históricos "três grandes" do futebol português, uma vez mais, o Armazém Leonino recorda hoje um Sporting - F.C. Porto referente há já longínqua temporada de 1981/82, o qual deixou gratas e saudosas recordações não apenas em mim, mas entre todos os sócios e adeptos leoninos, pois o Sporting viria a sagrar-se campeão nacional no final dessa época.


Este Sporting - F.C. Porto, a contar para a 15ª jornada, última da 1ª volta do campeonato, disputou-se no dia 17 de Janeiro de 1982, perante uma enorme moldura humana que quase esgotou o Estádio José Alvalade. Com arbitragem de Raul Nazaré (Setúbal), assistiu-se a um excelente espetáculo de futebol, com muita emoção e luta, do primeiro ao último minuto, e sempre com incerteza no resultado até final da partida. O golo do Sporting foi marcado por Mário Jorge, aos 34 minutos da 1ª parte. Esta época de 1981/82 constituiu, aliás, para Mário Jorge, a temporada do seu arranque definitivo e respetiva afirmação na equipa leonina principal, tendo efetuado um total de 30 partidas, 20 das quais a contar para o campeonato nacional.

Mário Jorge, o marcador do golo solitário
que deu o precioso triunfo aos "leões".

Ao longo do encontro, houve um domínio repartido entre as duas equipas no comando do jogo, tendo o Sporting se superiorizado ao F.C. Porto, sobretudo, durante a 1ª parte, assistindo-se após o intervalo a uma reação esperada e natural do F.C. Porto, que arriscou mais no ataque em busca, pelo menos, do golo da igualdade. As jogadas de perigo e as oportunidades de golo sucederam-se em ambas as balizas, mas os avançados foram perdulários, tendo mostrado uma pontaria desafinada e revelado uma grande ineficácia e desinspiração na hora do remate.
Apesar de jogar em casa, o Sporting rodeou-se de algumas cautelas, entrando em campo com uma equipa lutadora e determinada, disposta a correr e a lutar muito do primeiro ao último minuto, jogando de forma realista e pragmática, preferindo um futebol mais prático e objetivo, em detrimento de um futebol bonito e de grande qualidade técnica.
Durante a 1ª parte, o Sporting foi a equipa que teve o maior domínio e iniciativa do jogo, tendo sido também a equipa que mais procurou o golo, pois uma vez conseguindo adiantar-se no marcador, seria depois mais fácil, através de uma defesa compacta e de um meio campo lutador, controlar melhor o adversário, esperando pela sua reação e atacando apenas pela certa e em rápidos contra-ataques. Felizmente, o golo leonino apareceu ainda durante a 1ª parte, permitindo ao Sporting abordar a 2ª parte ainda com mais confiança e motivação, não necessitando de arriscar tanto e preferindo adotar uma atitude mais expectante e de maior contenção, jogando com muita concentração, espírito de entreajuda e de sacrifício, privilegiando sobretudo o contra-ataque.
Apesar de um ligeiro domínio e ascendente portista durante a 2ª parte, este acabou por se revelar infrutífero e inócuo, pois os jogadores do F.C. Porto foram pouco objetivos e decididos na hora do remate, insistindo num futebol de grandes adornos técnicos e de muitos passes, mas sem a profundidade desejada e revelando pouca eficácia e inspiração na zona de finalização. Ao invés, os jogadores do Sporting bateram-se como autênticos "leões", com uma defesa intransponível ajudada por um meio campo muito batalhador e dispondo igualmente de avançados com um grande espírito de entreajuda.

Uma das equipas-tipo do Sporting da época de 1981-82.
Em cima (da esquerda para a direita): Eurico, Jordão, Meszaros, Virgílio, Inácio e Oliveira.
Em baixo (mesma ordem): Lito, Carlos Xavier, Barão, Manuel Fernandes (cap.) e Nogueira.

Para a história deste jogo, aqui fica a constituição da equipa leonina que, com esta vitória sobre um dos mais fortes concorrentes na corrida ao título, mostrou que era também uma forte candidata a conquistar o campeonato, como felizmente se veio a comprovar mais tarde. O treinador inglês Malcolm Allison dispôs a equipa num sistema tático em 4x3x3, aparentemente ofensivo, mas na verdade, como Oliveira recuava muitas vezes para ajudar na luta do meio-campo, aquele sistema acabou por se transformar frequentemente num 4x4x2.
A equipa leonina alinhou da seguinte forma: Meszaros; Barão, Carlos Xavier, Eurico e Virgílio; Ademar, Marinho e Nogueira; Manuel Fernandes (cap.), Oliveira e Mário Jorge. Não foram efetuadas quaisquer substituições na equipa leonina.



Caricatura da autoria de Francisco Zambujal de antevisão do clássico:
O duelo entre os 2 treinadores, Malcolm Allison (Sporting) e Hermann Stessl (F.C. Porto).

A terminar, só para acrescentar que uma das grandes "baixas" para este jogo foi a do excelente avançado leonino, Jordão, que se encontrava lesionado, tendo jogado em seu lugar o jovem extremo esquerdo Mário Jorge que efetuou, aliás, uma excelente exibição, para além de ter sido o autor do golo da vitória leonina. Na edição de sábado do jornal A Bola, o Mestre Francisco Zambujal, o maior caricaturista desportivo de sempre, fazia a já habitual antevisão destes clássicos, retratando o duelo Allison-Stessl numa belíssima caricatura, as quais fazem também parte da história do futebol português e, em particular, do campeonato nacional.

sábado, 13 de setembro de 2014

Algumas curiosidades a respeito do "clássico/derby" Sporting - Belenenses.


Realiza-se esta noite, dia 13 de Setembro de 2014, no Estádio José Alvalade, mais um grande "clássico/derby" do futebol português, Sporting-Belenenses, a contar para a 4ª jornada do Campeonato Nacional, cujo confronto lisboeta encerra já uma longa e rica história com muitos episódios e curiosidades à volta destes jogos.
Com efeito, os "derbies" entre o Sporting e o Belenenses são dos jogos mais antigos, populares e carismáticos da cidade de Lisboa, ou não se tratassem de dois dos maiores clubes do futebol português, os quais já se defrontaram em 73 ocasiões em jogos a contar para o campeonato, tendo o Sporting como clube visitado, seja nos antigos recintos do Campo Grande e do Lumiar, seja no Estádio Nacional ou, a partir de 1956, no antigo e saudoso Estádio José Alvalade, ou ainda no atual estádio, desde 2003.


                                       Estádio José Alvalade (1956 - 2003).

Desses 73 confrontos a contar para o "Nacional" da 1ª Divisão, tendo o clube de Alvalade como anfitrião, há a registar 57 vitórias para o Sporting, 11 empates e apenas 5 vitórias para o Belenenses. Esta estatística mostra, desde logo, uma clara superioridade caseira do Sporting diante do Belenenses e, consequentemente, uma longa tradição de grandes dificuldades sentidas pelo clube do Restelo sempre que teve de se deslocar ao terreno dos "leões". Curiosamente, as 5 vitórias alcançadas pela equipa da "Cruz de Cristo" diante do Sporting nunca foram obtidas no Estádio José Alvalade (nem no antigo, nem no atual).
Na verdade, aqueles 5 triunfos foram todos obtidos antes de 1956, concretamente em 3 estádios diferentes: no Campo Grande (época 1934/35, vitória por 3-1; época 1936/37, vitória por 3-2); no Campo do Lumiar (época de 1941/42, vitória por 4-1; época de 1949/50, vitória por 1-0); no Estádio Nacional (época de 1954/55, vitória por 2-1).
Assim, há já 60 anos que o Sporting não perde em sua casa com o Belenenses para o campeonato.

Uma das equipas-tipo do Sporting da época de 1943/44.
Em cima: Joseph Szabo (treinador), Canário, Octávio Barrosa, Eliseu Cavalheiro,
Manuel Marques (massagista), Azevedo, Manecas e Álvaro Cardoso.
Em baixo: Mourão, João Cruz, Peyroteo, António Marques e Albano.

A maior goleada infringida pelo Sporting ao Belenenses ocorreu há pouco mais de 70 anos, na época de 1943/44, tendo a equipa leonina derrotado a equipa belenense por 6-1. Esta vitória robusta registou-se no Estádio do Lumiar, a 30 de Janeiro de 1944, a contar para a 10ª jornada do "Nacional", tendo os golos leoninos sido apontados por Daniel ("hat-trick"), Mourão, António Marques e Peyroteo.


Uma das equipas-tipo do Sporting da época de 1947/48.
Veríssimo, Travassos, Juvenal, Canário, Jesus Correia,
Manuel Marques ("Manecas"), Albano, Azevedo, Álvaro Cardoso e Peyroteo.

Os jogos em que se verificaram maior número de golos marcados (8 golos) aconteceram em duas ocasiões, a primeira vez, na temporada de 1947/48, com um empate a 4 golos, e a segunda vez, na temporada de 1950/51, com uma vitória do Sporting por 6-2. O empate (4-4) aconteceu à 21ª jornada, em jogo realizado a 18 de Abril de 1948, no Estádio do Lumiar, tendo os golos leoninos sido apontados por Veríssimo, Martins, Vasques e Jesus Correia. A goleada (6-2) ocorreu à 9ª jornada, em jogo realizado, igualmente, no Estádio do Lumiar, a 12 de Novembro de 1950, tendo os golos leoninos sido marcados por Vasques ("hat-trick"), Mário Wilson (bisou) e Martins.


Uma das equipas-tipo do Sporting da época de 1950/51.
Em cima: Azevedo, Veríssimo, Passos, Juvenal, Canário e Caldeira.
Em baixo: Jesus Correia, Vasques, Mário Wilson, Travassos e Martins.

Regressando a 2014, e concretamente ao "derby" desta noite, esperamos e desejamos que a tradição se mantenha e que ainda não seja desta vez que o Belenenses quebra o enguiço de 6 décadas sem vencer no terreno do Sporting.
Nas décadas de 40 e 50, existia um grande "equilíbrio de forças" entre Sporting e Belenenses, com jogos muito disputados e de resultado sempre imprevisível, dada a qualidade dos jogadores que integravam as duas equipas lisboetas. Esse equilíbrio foi-se esbatendo e reduzindo, pouco a pouco, ao longo das décadas de 60, 70, 80 e 90 do século XX, a favor do Sporting.
Nos últimos anos e, em particular, hoje em dia, existe realmente uma grande diferença em termos da qualidade e poderio dos respetivos plantéis, com clara vantagem para o Sporting. Mas tal superioridade tem de ser demonstrada na prática, dentro das quatro linhas e ao longo dos 90 minutos que dura a partida. Sabemos que já não há jogos fáceis e quando menos se espera as equipas teoricamente mais fracas "batem o pé" aos chamados "grandes", tal como, aliás, tem acontecido com alguma frequência nos últimos anos.
Portanto, todo o cuidado é pouco para prevenir quaisquer surpresas desagradáveis e eventuais dissabores. É como diz o ditado popular: "Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém"! O Sporting está avisado para as dificuldades que poderá encontrar por parte do seu opositor e está preparado, quer do ponto de vista físico e mental, quer do ponto de vista técnico e tático, para levar de vencida o seu adversário. A equipa leonina é superior à equipa belenense, mas tem de o provar em campo, para poder alcançar a tão desejada vitória e conquistar mais 3 pontos, tendo em vista continuar nos primeiros lugares da tabela classificativa.

sábado, 30 de agosto de 2014

Recordações de um "derby" Benfica-Sporting com 36 anos (época 1978/79).


Realiza-se neste domingo, dia 31 de Agosto, no Estádio da Luz, o 1º "derby" da época, o Benfica-Sporting, a contar para a 3ª jornada do Campeonato Nacional. O confronto entre os velhos e eternos rivais lisboetas tem sido, ao longo da história dos campeonatos, um dos jogos mais ansiosamente aguardados pelos adeptos dos dois clubes de Lisboa, dada a rivalidade histórica que já vem de longa data, desde a primeira década do século XX.


De então para cá, decorridos mais de 100 anos, a paixão e a emoção vividas em torno deste "derby" permanecem intactas, gerando, ano após ano, um ambiente único e especial em seu redor. Criam-se enormes expectativas, renovam-se esperanças e ambições e traçam-se os mais variados prognósticos à volta deste eterno clássico do futebol português, de resultado sempre imprevisível, mesmo que, em determinado momento da época, uma equipa possa teoricamente estar mais forte do que a outra, o que não parece ser o caso presente.

Fantástica caricatura da autoria do "Mestre" Francisco Zambujal alusiva ao
"Benfica-Sporting", publicada na edição de sábado (18 de Novembro de 1978) do jornal A Bola.
John Mortimore (técnico inglês do Benfica), Milorad Pavic
(técnico jugoslavo do Sporting) e José Maria Pedroto (treinador do F.C. Porto).

O Armazém Leonino recorda hoje um "derby" realizado há 36 anos atrás, que se disputou a 19 de Novembro de 1978, no antigo Estádio da Luz. Na altura, esse Benfica-Sporting contava para a 10ª jornada do Campeonato Nacional da época de 1978/79 e, tal como agora, o Benfica apresentava-se como favorito à vitória, que mais não fosse pelo simples facto de jogar em casa perante o seu público.
Infelizmente, para o Sporting, este jogo acabou por se tornar num autêntico "pesadelo", ficando tristemente célebre na memória e história dos "derbies" devido à goleada sofrida pela equipa leonina diante do seu rival por 5-0, resultado este construído ainda durante a 1ª parte da partida.
Com efeito, à meia hora de jogo já o Benfica vencia por 4-0 e a 5 minutos do final da 1ª parte, Alves fixaria o resultado final através da marcação de uma grande penalidade. Foram na verdade 45 minutos de "pesadelo", diria mesmo de "terror", para o Sporting, cuja equipa entrou muito mal no jogo, demasiado ansiosa e nervosa, com a defesa mal posicionada, os médios à deriva e sem sentido de entreajuda e um ataque praticamente inexistente. Nessa 1ª metade do encontro, o Sporting apresentou um futebol atabalhoado e aos repelões, sem entrosamento ou ligação entre os setores, com estes muito distanciados, descurando perigosamente a sua retaguarda.
Com o avolumar do marcador, a equipa leonina ia ficando cada vez mais fragilizada do ponto de vista anímico e com menor capacidade de reação, completamente atordoada e desorientada face às contrariedades que ia sofrendo.

Lance do 2º golo do Benfica apontado de cabeça por Néné.

Face ao resultado dilatado registado no final da 1ª parte, pode-se dizer que a 2ª parte acabou por não ter grande história, pois, por um lado, o Benfica consciente que a vitória estava mais que assegurada, abrandou o ritmo de jogo, limitando-se a gerir o resultado a seu bel prazer, por outro lado, o Sporting não querendo deixar avolumar o resultado para números ainda mais escandalosos, retificou algumas posições em campo e acautelou mais o seu setor defensivo, conseguindo, pelo menos, atenuar e limpar um pouco a péssima imagem deixada nos primeiros 45 minutos.
Resumindo e concluindo, pode-se dizer que o Benfica teve uma tarde tranquila, muito mais do que aquilo que poderia imaginar, tendo dominado por completo a partida, criando as melhores oportunidades de golo, 5 delas concretizadas e outras tantas desperdiçadas. O Sporting teve uma "tarde negra", uma tarde para esquecer, em que tudo lhe saiu mal, fruto de um total desacerto coletivo e de uma completa desinspiração das suas individualidades.


Grande penalidade convertida por Alves que fixava o resultado em 5-0.

Para a história deste "derby", recordamos a equipa leonina que, sob o comando do técnico jugoslavo Milorad Pavic, alinhou diante do Benfica num sistema tático, aparentemente ofensivo, em 4X3X3: Botelho; Artur, Bastos, Zezinho e Inácio; Cerdeira, Marinho e Aílton; Manuel Fernandes, Manoel e Keita. Aos 23 minutos, Meneses rendeu o lesionado Zezinho e aos 45 minutos foi a vez de Zandonaide substituir Aílton.
Os golos do Benfica foram apontados por Reinaldo que bisou (aos 15 e 28 minutos), Alves que também bisou (aos 30 e 40 minutos) e Néné (aos 18 minutos).

 
Uma das equipas-tipo leonina da época de 1978/79.
Em cima (da esquerda para a direita): Keita, Freire,
Laranjeira, Meneses, Barão e Botelho.
Em baixo (mesma ordem): Manoel, Inácio, Ademar, Aílton e Artur.

No que diz respeito a goleadas verificadas desde esta temporada de 1978/79 até hoje, há apenas a registar mais duas, uma a favor do Benfica (novamente 5-0, embora a contar para a Taça de Portugal, na época de 1985/86) e a outra a favor do Sporting (7-1, a contar para o Campeonato Nacional da época de 1986/87).
Dado o facto de ainda estarmos no início do campeonato, o "derby" deste fim de semana não é decisivo para nenhuma das equipas, apesar do Benfica ter 2 pontos de vantagem sobre o Sporting. Mesmo em caso de vitória dos "encarnados", e ficando o Sporting a 5 pontos de distância do seu rival, tal diferença ainda pode ser perfeitamente recuperável, com 31 jornadas por disputar. Contudo, o Sporting tem de lutar pela conquista de pontos no Estádio da Luz, sendo o empate um resultado bastante positivo, sabendo-se as dificuldades que o Sporting sempre sente quando joga no terreno do Benfica, onde já não ganha há 6 anos (desde a época de 2008/09, inclusivé) e onde só venceu em 14 ocasiões.
Para este "derby", o Sporting apresenta-se na máxima força e com todo o plantel à disposição de Marco Silva, sem jogadores lesionados ou castigados, dispondo de jogadores em qualidade e quantidade suficientes para se bater de igual para igual com o Benfica. O Sporting não deve mostrar receio de jogar para ganhar no terreno do seu adversário, pois a vitória, para além de significar a ultrapassagem ao seu rival, constituiria um excelente tónico e um fator extra de motivação para encarar o resto da temporada com otimismo e confiança.
Esperamos e desejamos que o "derby" de amanhã seja um grande espetáculo de futebol, de promoção da modalidade, que haja "fair-play" e desportivismo dentro e fora das quatro linhas e que a equipa de arbitragem esteja à altura deste grande "clássico" do futebol português, sem casos de jogo.
Pela nossa parte, estamos confiantes e otimistas! Acreditamos que o Sporting poderá vencer ou, pelo menos, conquistar um empate no Estádio da Luz. Boa sorte "leões"! Força Sporting!

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Sporting na 69ª edição do Torneio Teresa Herrera 2014

O belo e imponente troféu Teresa Herrera.

Precisamente 10 anos depois da sua terceira participação, em 2004, o Sporting volta a merecer a honra de ser uma das equipas convidadas a participar na 69ª edição do Torneio Teresa Herrera, famoso torneio espanhol de pré-época que se realiza todos os anos na Corunha, uma bonita cidade costeira do norte de Espanha (província da Galiza). A primeira edição deste emblemático e prestigiado torneio quadrangular de verão realizou-se em 1946, tendo tido como vencedor o Sevilla FC.


Este torneio juntamente com o Ramón Carranza (em Cádiz) são considerados os mais importantes torneios espanhóis de pré-temporada e, inclusivamente, são considerados dos mais famosos da Europa. Há precisamente 53 anos atrás, em 1961, o Sporting, na sua primeira participação, venceu este prestigiado torneio (ler aqui).
Na edição deste ano, o Torneio Teresa Herrera será, uma vez mais, disputado por 4 equipas, o habitual anfitrião Deportivo La Coruña e 3 equipas convidadas, o Sporting, o Gijón (Espanha) e o Nacional de Montevideu (Uruguai). O torneio vai ter lugar no próximo fim de semana (dias 9 e 10 de Agosto), tendo o sorteio ditado os seguintes jogos das meias-finais: Sporting / Gijón e Deportivo La Coruña / Nacional de Montevideu, no dia 9 de Agosto. Os jogos de atribuição dos 3º e 4º lugares e a final realizar-se-ão no dia seguinte (10 de Agosto).
Até hoje participaram neste torneio 5 equipas portuguesas, num total de 16 presenças, havendo a registar 4 vitórias, 6 segundos lugares, 4 terceiros lugares e 2 quartos lugares: o Sporting - esteve presente em 3 edições (1961, 1964 e 2004) - venceu o troféu em 1961; o Benfica - esteve presente em 4 edições (1962, 1987, 1990 e 1995) - venceu o troféu em 1987; o F.C. Porto - esteve presente em 6 edições (1948, 1964, 1980, 1985, 1991 e 1994) - venceu o troféu em 1991; o Vitória Futebol Clube - esteve presente em duas edições (1965 e 1968) - venceu o troféu em 1968; o Belenenses esteve presente numa única ocasião (2007).
O Deportivo La Coruña é o clube com mais vitórias neste torneio, com 17 troféus, seguido do Real Madrid, com 8 troféus conquistados.
O Sporting repete assim este ano a presença de 2004, ano em que teve uma participação infeliz, tendo ficado classificado no 4º e último lugar, atrás do Deportivo La Coruña (vencedor), Atlético Madrid e Zaragoza. Espera-se e deseja-se que na sua quarta presença neste prestigiado torneio espanhol, o Sporting consiga realizar boas exibições e deixar uma boa imagem do seu valor e potencial futebolístico. Jogadores de qualidade não faltam no atual plantel leonino, o qual foi reforçado, em relação à época anterior, tendo em vista lutar pela conquista de todas as competições em que vai estar envolvido. Boa sorte para o Torneio Teresa Herrera!

domingo, 13 de julho de 2014

Futebolistas leoninos estrangeiros que estiveram presentes no Campeonato do Mundo.



Chega hoje, dia 13 de Julho, ao fim a 20ªedição do Campeonato do Mundo de Futebol realizado no Brasil. O jogo decisivo tem lugar no mítico, imponente e remodelado Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, e vai opor duas das seleções com melhor historial em Campeonatos do Mundo, a Alemanha e a Argentina. Esta final trata-se já de um clássico do Campeonato do Mundo de Futebol e será, igualmente, uma espécie de "tira-teimas" entre estas duas históricas seleções, uma vez que ambas já se encontraram anteriormente em duas ocasiões na final de um "Mundial", mais concretamente, em 1986, no México, com vitória da Argentina por 3-2 e em 1990, em Itália, com vitória da Alemanha por 1-0. Hoje haverá o tão ansiado e emocionante desempate entre estas duas grandes seleções, sendo que, à partida, tendo em conta a qualidade e a eficácia do futebol exibido por cada uma das equipas até agora, a Alemanha parece reunir maior dose de favoritismo.
No entanto, a história dos "Mundiais" já mostrou por diversas vezes que nem sempre o favorito acaba por ser o vencedor, pois uma final é um jogo especial em que existem vários fatores imprevisíveis que acabam por ter uma enorme influência no desenrolar e desfecho da partida. Caso a Argentina vença a Alemanha, a seleção sul-americana igualará esta no número de títulos de campeã do mundo, mais concretamente 3. Caso seja a Alemanha a derrotar a Argentina, aquela passará a ostentar no seu currículo 4 títulos de campeã do mundo, tantos quantos a Itália e menos um que o "penta" Brasil.
A propósito do encerramento de mais uma edição do "Mundial" de futebol, lembramo-nos hoje de recordar quem e quantos foram os futebolistas estrangeiros do Sporting que estiveram presentes em Campeonatos do Mundo. Após termos efetuado essa pesquisa, chegamos à conclusão que, em 7 edições do "Mundial", marcaram presença 14 jogadores (um deles, Iordanov, repetente em duas edições) de 11 nacionalidades diferentes. Outra curiosidade tem a ver com o facto de ter sido um jogador do Sporting, o primeiro estrangeiro a jogar em Portugal e a estar presente num "Mundial" (em 1974, na Alemanha), o famoso e inesquecível goleador argentino, Hector Yazalde, um dos maiores avançados da história do Sporting.
Vejamos então a respetiva lista ordenada cronologicamente:
  • 1974 (Alemanha): Yazalde (Argentina). 
  • 1982 (Espanha): Meszaros (Hungria).
  • 1990 (Itália): Silas (Brasil) e Ivkovic (Jugoslávia).
  • 1994 (Estados Unidos): Valckx (Holanda), Balakov (Bulgária) e Iordanov (Bulgária).
  • 1998 (França): De Wilde (Bélgica), Saber (Marrocos), Ramirez (Paraguai) e Iordanov (Bulgária).
  •  2010 (África do Sul): Matias Fernandez Chile).
  • 2014 (Brasil): Rojo (Argentina) e Slimani (Argélia).


Deste lote de 13 jogadores, apenas um, Rojo, poderá, caso logo à noite a Argentina se sagre campeã do mundo, gabar-se de ter sido campeão do mundo estando ao serviço do Sporting. Dos restantes jogadores, o mais longe que alguns deles chegaram na competição foram os búlgaros Balakov e Iordanov que, em 1994, estiveram presentes nas meias finais, tendo a Bulgária sido então derrotada pela Suécia por 4-0.
A terminar este rol de curiosidades, resta acrescentar que houve um jogador campeão do mundo pelo Brasil, Anderson Polga, que viria a jogar no Sporting precisamente após essa conquista, em 2002, no "Mundial" realizado no Japão e Coreia do Sul. Caso a Argentina vença a Alemanha na final de logo à noite, o Sporting poderá orgulhar-se de ter no seu plantel atual um campeão do mundo, Marcos Rojo!