terça-feira, 18 de maio de 2010

Os "Infantes" do "Mundial do México-86" com 4 "leões".

Vinte anos passados da fantástica "saga dos magriços" do "Mundial" de Inglaterra, em 1966, em cuja prova, a "equipa de todos nós" conquistou um brilhante 3º lugar, Portugal voltava a qualificar-se, pela 2ª vez, para o Campeonato do Mundo de futebol, que se iria realizar no México. Os "magriços" davam agora lugar aos "infantes", nome pelo qual ficaram conhecidos os 22 jogadores seleccionados para o "Mundial do México-86".

Em cima: A mascote da Selecção Nacional, "O Infante".
Em baixo: O logotipo e a mascote do "Mundial", "Pique".

Porém, desta vez, não existiram motivos para celebrar ou festejar o que quer que fosse, antes pelo contrário, pois a presença da Selecção Nacional em terras mexicanas foi mesmo para esquecer, não tendo deixado nenhumas saudades.
Com efeito, devido ao tristemente célebre "caso Saltillo", o percurso de Portugal neste "Mundial" ficou marcado por tristes acontecimentos que envergonharam o País, culminando com a eliminação da selecção ainda na fase de grupos, após uma vitória prometedora (1-0) sobre a Inglaterra, seguida de duas derrotas frustrantes (1-0 diante da Polónia e 3-1 diante de Marrocos), que foram fatais para as aspirações da "equipa de todos nós".

Equipa que alinhou, no 1º jogo da campanha mexicana, frente à Inglaterra,
 tendo Portugal vencido por 1-0 (golo marcado por Carlos Manuel).
Em cima (da esquerda para a direita): Frederico, Oliveira,  Inácio, Álvaro e Bento.
Em baixo: André, Jaime Pacheco, Gomes, Sousa, Diamantino e Carlos Manuel.

Após uma ameaça de greve e de boicote aos jogos (que não se chegou a concretizar) por parte dos jogadores portugueses, os "infantes" despediam-se, assim, sem honra nem glória, do "Mundial" mexicano, ficando esta 2ª presença num Campeonato do Mundo de futebol manchada por um mau desempenho, quer dentro, quer fora das "quatro linhas", por uma enorme falta de organização e de planenamento por parte da Federação Portuguesa de Futebol e por graves, inadmissíveis e impensáveis desentendimentos entre jogadores e dirigentes federativos, relativamente a prémios de jogo e a contratos publicitários.

Dos 22 jogadores seleccionados para o "Mundial do México-86", faziam parte apenas 4 jogadores do Sporting, a saber: o guarda-redes Vítor Damas (fez 2 jogos), o defesa central Morato (não fez nenhum jogo) e os 2 médios Jaime Pacheco e Sousa (fizeram 3 jogos cada) que, aliás, regressariam ao F.C. Porto, no início da época seguinte (1986/87).

Damas e Morato
Jaime Pacheco e Sousa

Outros 2 jogadores leoninos deveriam ter merecido a chamada à selecção, por parte do seleccionador nacional, José Torres, embora um deles, o "azarado" defesa central Venâncio, não tenha sido seleccionado por motivos clínicos, não se encontrando completamente recuperado de mais uma operação a um dos joelhos.
O outro jogador era Manuel Fernandes que, estranha e injustamente, ficou de fora da convocatória, pois, apesar dos seus 35 anos, o "capitão" leonino tinha-se sagrado, justamente, o melhor marcador do campeonato de 1985/86, com 30 golos, provando ser ainda um dos melhores avançados do futebol português.

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