Na primeira metade da década de 50, o Sporting possuía equipas fortíssimas que conquistaram nada mais nada menos que 4 campeonatos nacionais consecutivos, entre as épocas de 1950/51 e 1953/54. Dessas equipas que conquistaram o primeiro "tetra" da História do futebol português ainda estavam presentes 4 "violinos" (Albano, Travassos, Vasques e Jesus Correia), reduzidos a 3, no início da época de 1952/53, com a saída de Jesus Correia.
Entretanto, além de outros grandes jogadores que ainda transitaram da década de 40, começavam já a despontar outros jogadores de grande qualidade, casos de Carlos Gomes, Caldeira, Juca, João Martins, Mendonça, Hugo, Galaz, entre outros.
Desta nova vaga de jogadores que foram surgindo, incluem-se alguns cuja passagem por Alvalade passou mais ou menos despercebida e que acabaram por não singrar na primeira equipa leonina, sobretudo, devido à forte concorrência existente no plantel dos "leões". Tal foi o caso de Amaro e Galileu, os quais não se conseguiram afirmar no "onze" leonino, apesar de ainda terem efectuado alguns jogos como titulares.
Amaro no Estádio Nacional (Separata da revista "Mundo de Aventuras", 1952).
Amaro da Silva, nascido na Amadora, a 6 de Outubro de 1925, ingressou no Sporting, no início da época de 1949/50, oriundo do Palmense. Nas duas primeiras temporadas, Amaro jogou apenas na equipa de reservas do Sporting, tendo sido sempre titular como médio de ataque. Na sua terceira época em Alvalade, no início da temporada de 1951/52, Amaro, então com 26 anos, consegue finalmente ascender à 1ª categoria sénior leonina. Estreia-se a titular, já no decorrer da 2ª volta do campeonato, a 13 de Janeiro de 1952, em jogo a contar para a 15ª jornada, em Coimbra, frente à Académica, cuja partida termina empatada (3-3). Neste jogo Amaro actuou como defesa lateral. Até ao final da época, Amaro iria realizar um total de 19 jogos, tendo uma presença assídua no "onze" titular leonino, na posição de defesa, ao lado de Caldeira. No final da temporada, Amaro sagra-se campeão nacional, mas quando se esperava que viesse a afirmar-se definitivamente na equipa leonina, estranhamente abandona o Sporting no final dessa época.
Galileu no Estádio Nacional (separata da revista "Mundo de Aventuras", 1953).
Galileu Morgado Moura, nascido em Lisboa, a 11 de Março de 1929, ingressou com apenas 21 anos no Sporting, no início da época de 1950/51. Fez a sua estreia a titular a 17 de Dezembro de 1950, no Estádio Nacional, em jogo a contar para a 14ª jornada do campeonato(1ª jornada da 2ª volta), frente ao Benfica, cuja partida termina empatada (2-2). Neste jogo, Galileu actuou como avançado centro, formando um quinteto avançado com Jesus Correia, Travassos, Vasques e João Martins.
Galileu jogou durante 7 épocas em Alvalade, entre as temporadas de 1950/51 e 1956/57, tendo realizado um total de 46 jogos de "leão ao peito" e marcando 12 golos. Como se pode constatar, Galileu nunca se conseguiu afirmar como titular do ataque leonino, em parte devido à grande qualidade dos avançados leoninos de então.
As melhores épocas de Galileu ao serviço do Sporting foram as de 1952/53, na qual efectuou 14 partidas e de 1955/56, na qual realizou 11 jogos. Nessas 7 temporadas com a camisola leonina, Galileu sagrou-se por 4 vezes campeão nacional, vencendo ainda uma Taça de Portugal.
No final da época de 1956/57, então com 28 anos, Galileu abandona o Sporting, após uma última temporada para esquecer, na qual efectuou apenas uma partida.
Estes jogadores pertencem às dezenas, ou centenas, de jogadores que têm passado pelo Sporting sem que quase ninguém dê por eles.
ResponderEliminarApanharam uma época de renovação da equipa.
O Amaro, só foi à primeira categoria, porque depois da saída do Barrosa, do Cardoso e do Juvenal, não havia por lá mais ninguém. O Galaz (era mais central), o Faustino (parceiro do Caldeira no Lusitano de Vila Real de Stº António)não deu, o Armando Coelho segurou-se mas voltou a Lourenço Marques, até que teve que vir , de avançado centro, o Pacheco.
Quanto ao Galileu, o caso era um pouco diferente. Para substituir o Peyroteo, vieram o Rola, o Wilson, e o Pacheco, mas o melhor avançado centro, e o mais útil era o Martins. O Galileu fez dois bons jogos mas, pelos vistos queriam mais. Entretanto vieram o Albuquerque, o Valter, o Décio, o Gabriel, o Miltinho, o Pompeu e o Jesus Correia tinha deixado de jogar. Vai o Galileu para a ponta. Ora aí já havia o Serra Coelho, o Pacheco Nobre, o Quim, o Mendonça e mais algum, até chegar o Hugo que, aos poucos agarrou o lugar. Corrido de avançado centro e de ponta, o Galileu, nas suas duas últimas épocas, os poucos jogos que faz, são a defesa direito ou esquerdo.
Hoje em dia, há poucos ou nenhuns jogadores que aguentem tal coisa...
O Sporting atravessava uma crise semelhante à dos dias de hoje. Era 4º, mas sempre com o 5º à perna...
Saudações leoninas
João Celorico