domingo, 2 de janeiro de 2011

Joaquim Pacheco - Uma descoberta leonina em Macau.

Foto de Joaquim Pacheco tirada no Estádio Nacional
(separata da revista "Mundo de Aventuras").

Joaquim Pedro Pacheco, nascido em Macau, a 30 de Março de 1926, foi um dos bons jogadores do Sporting da década de 50, tendo feito parte de grandes equipas leoninas daquelas épocas, ao serviço das quais se sagrou, por 4 vezes, campeão nacional.
Joaquim Pacheco chegou a Lisboa em finais de Abril de 1950, proveniente de Macau de onde era natural, tendo ingressado, com 24 anos, no Sporting, no início da época de 1950/51. Até então, Pacheco jogara na equipa da Polícia de Macau e era já considerado um dos melhores futebolistas daquele antigo território português, vindo rotulado com boas credenciais, sendo um jogador polivalente que actuava com igual eficácia em qualquer posição, desde defesa a avançado ou extremo, passando por interior ou médio.
Joaquim Pacheco estreou-se com a camisola leonina a 17 de Setembro de 1950, no Estádio Nacional, frente ao Benfica, em jogo a contar para a 1ª jornada do campeonato nacional, tendo o Sporting vencido o seu eterno rival, por 3-1. Neste jogo de estreia, Pacheco actuou como avançado, posição em jogou mais vezes nessa primeira temporada.
Contudo, nas épocas seguintes, Pacheco acabaria por se fixar na posição de defesa esquerdo, lugar onde se viria a destacar e a afirmar como titular da defesa leonina, a partir da época de 1952/53, jogando ao lado de Caldeira, Passos e, mais tarde, Galaz.
Durante as 8 épocas em que jogou de "leão ao peito", mais concretamente, entre 1950/51 e 1958/59, com uma interrupção verificada na época de 1953/54, em relação à qual desconhecemos o motivo da ausência de Pacheco (empréstimo?, lesão?), o defesa esquerdo leonino realizou um total de 156 jogos e marcou 8 golos. Naquelas 8 temporadas, Pacheco foi 4 vezes campeão nacional, nas épocas de 1950/51, 1951/52, 1952/53 e 1957/58, tendo sido, ainda, duas vezes finalista vencido da Taça de Portugal, ambas diante do Benfica (em 1951/52, derrota por 5-4; em 1954/55, derrota por 2-1).
Joaquim Pacheco mereceu ainda a honra de ser chamado uma vez a representar a Selecção Nacional, tendo essa única internacionalização ocorrido a 21 de Dezembro de 1957, em Milão, em jogo de apuramento para o Campeonato do Mundo, no qual Portugal foi derrotado pela Itália, por 3-0.
No final da temporada de 1958/59, já com 33 anos, Joaquim Pacheco abandona o Sporting, terminando, assim, uma ligação de 8 anos ao clube de Alvalade, ao longo da qual soube construir uma bonita carreira e afirmar-se como um excelente defesa esquerdo.

4 comentários:

Leão de Albergaria disse...

Ainda cheguei a vê-lo jogar pelo Leixões no início da década de sessenta. Dava um bocado de pau...

Leão do regedor. disse...

Era polícia,logo tinha de ser caceteiro.

sloctinho disse...

Posto a andar devido á chegada do Hilário.

João Celorico disse...

Não venho acrescentar muito ao que já foi dito. Pacheco veio, em 50/51, para o Sporting para o lugar de avançado centro, seria mais um para substituir o Peyroteo. Porém, em 49/50,já tinha chegado Mário Wilson (Desportivo de Lourenço Marques)igualmente avançado centro e que jogou toda a época. Assim, o Pacheco apenas jogou 7 jogos como avançado, no princípio do campeonato. Em 51/52, como defesa esquerdo, só fez 9 jogos, nenhum no campeonato. Em 52/53, foi então defesa esquerdo (Armando Coelho, tinha regressado a Moçambique).Em 53/54, o Galaz (ex-Setúbal) era polivalente e ficou com o lugar. Sem certeza, atrevo-me a dizer que o Pacheco estava por lá, como muitos outros, e apenas devia jogar nas reservas. Era normal!Em 54/55, foi a época de começar a desaparecer o Galaz que ainda se manteve até 59/60 a fazer a substitução, do Caldeira, do Pacheco ou ainda dalgum médio. Mas ia chegando o trio maravilha (Lino, Morato,Hilário) para fazer companhia a um miúdo aparecido antes (Fernando Mendes). O Pacheco saiu, em boa hora, para o Leixões onde conquistou a Taça de Portugal (ao lado, entre outros, do Osvaldo Silva).
Quanto a dar cacetada, bem qual o defesa que não dá? Contam-se pelos dedos. O Caldeira era um bom companheiro e deve ter ensinado alguma coisa.
Aproveito a ocasião para lembrar talvez a primeira pérola de Alvalade e que era da equipa de juniores do F. Mendes. Refiro-me ao Jorge Mendonça que tão esquecido tem sido ao longo destes anos e que jogou numa famosa linha avançada do A. Madrid, ao lado do L. Aragonês, Vává e outros.
As minhas desculpas pelo longo comentário.
Saudações leoninas

João Celorico