Fernando Massano Tomé, nascido a 10 de Julho de 1947, no Porto, foi um dos bons centrocampistas portugueses que jogaram no Sporting durante a 1ª metade da década de 70, tendo representado o clube de Alvalade durante 6 épocas, mais concretamente, entre 1970/71 e 1975/76.
Antes de ingressar no Sporting, no começo da época de 1970/71, Tomé havia-se destacado ao serviço do Vitória Futebol Clube (Setúbal), em representação do qual começou, desde cedo, com apenas 19 anos, a dar nas vistas.
Durante as 4 temporadas em que jogou no Vitória de Setúbal, entre 1966/67 e 1969/70, Tomé integrou algumas das grandes equipas sadinas que, orientadas pelo mestre Fernando Vaz, praticavam do melhor futebol que se via em Portugal. Com efeito, durante a 2ª metade da década de 60, o Vitória sadino esteve presente, nomeadamente, em 4 finais consecutivas da Taça de Portugal (1965, 1966, 1967 e 1968), vencendo duas delas (1965 e 1967).
Tomé conquistou a edição de 1967 da Taça de Portugal, que ficou célebre por ter sido, até hoje, a final mais longa da prova, na qual o Vitória de Setúbal venceu a Académica de Coimbra, por 3-2, após um 2º prolongamento. Na época seguinte, Tomé e o seu Vitória voltariam a marcar presença na final do Jamor mas, desta vez, sairiam derrotados, por 2-1, diante do F.C. Porto.
Foi já durante a sua última temporada (1969/70) ao serviço do Vitória Futebol Clube, que Tomé seria chamado, por duas vezes, a representar a Selecção Nacional. Essas duas internacionalizações ocorreram, a 2 de Novembro de 1969 e a 10 de Dezembro do mesmo ano, respectivamente, em Berna, frente à Suíça (empate, 1-1), e em Londres, frente à Inglaterra (derrota, por 1-0).
No início da temporada de 1970/71, com 24 anos, Tomé ingressa no Sporting, após ter efectuado 4 boas temporadas no clube sadino. Tomé era um médio polivalente que se posicionava muito bem em campo, revelando um bom sentido táctico e espírito de entreajuda; sentia-se, igualmente, bem quer a defender quer a atacar, possuindo uma boa técnica individual e visão de jogo.
Tomé estreou-se com a camisola do Sporting a 13 de Setembro de 1970, no Barreiro, em jogo a contar para a 1ª jornada do campeonato, no qual o Sporting venceu o Barreirense, por 3-0. Durante as 6 temporadas em que jogou de "leão ao peito", Tomé realizou um total de 129 jogos (média de cerca de 21 jogos por época), tendo marcado 16 golos.
As melhores temporadas de Tomé em Alvalade foram as de 1970/71, 1972/73 e 1975/76, ao longo das quais se afirmou como titular do meio campo leonino. Nas restantes temporadas, fruto também de algumas lesões, Tomé acabou por perder a titularidade, alternando esta com a condição de suplente.
Ao serviço do Sporting, Tomé sagrou-se Campeão Nacional, na temporada de 1973/74, e venceu 3 Taças de Portugal (1970/71, 1972/73 e 1973/74), as quais se juntaram à anterior conquistada em representação do Vitória de Setúbal (1966/67).
À semelhança do ocorrido no Vitória, Tomé foi também, por uma vez, finalista vencido, pelos "leões", da edição de 1972 da Taça de Portugal (derrota, diante do Benfica, por 3-2, após prolongamento). Tomé esteve, assim, presente em, nada mais nada menos do que, 6 finais da Taça de Portugal, vencendo 4 delas, o que constitui uma marca digna de registo.
Na época de 1973/74, ano da conquista, por parte dos "leões", da "dobradinha" (campeonato e taça), o Sporting esteve, igualmente, a um "pequeno passo" da presença na final da Taça das Taças. Em particular, Tomé, teve nos seus "pés", nos últimos minutos da partida, a oportunidade soberana de colocar o Sporting na final daquela competição.
Na verdade, com o resultado em 2-1, favorável à equipa alemã do Magdeburgo, Tomé falhou, de forma incrível, o golo que daria o empate e a consequente eliminação da equipa alemã, pois na 1ª mão, em Alvalade, tinha-se verificado um empate 1-1. Tomé esteve tão perto de se tornar o "herói leonino" da eliminatória!
No final da época de 1975/76, Tomé abandona o Sporting, regressando ao Vitória sadino, onde permanece durante duas temporadas. Na época seguinte (1978/79), Tomé ingressa na União de Leiria onde, no final da temporada de 1979/80, termina, com 33 anos, a sua bonita carreira de jogador, ao longo da qual representou apenas 3 clubes (Vitória de Setúbal, Sporting e União de Leiria) em 14 anos de futebolista profissional.