sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O centenário do nascimento de Pireza.


Faz hoje 100 anos nascia no Barreiro (30/9/1911), Pedro Pireza, um dos grandes avançados leoninos das décadas de 30 e 40 do século passado.
Pireza formou um quinteto atacante de luxo juntamente com Soeiro, Peyroteo, Mourão e João Cruz. Juntos, estes 5 jogadores formaram uma frente de ataque demolidora que só foi suplantada em eficácia goleadora pelos célebres "Cinco Violinos", tendo Peyroteo pertencido aos dois famosos quintetos.

Equipa leonina da época de 1936/37.
Em cima (da esquerda para a direita): Rui de Araújo, Manuel Marques, Galvão,
Jurado, Anibal Paciência, Azevedo e Szabo.
Em baixo (mesma ordem): Mourão, Pireza, Soeiro, Heitor e João Luiz.

Pireza jogou 9 épocas no Sporting, entre 1935/36 e 1943/44, tendo durante este período realizado um total de 178 jogos e marcado 123 golos.
Pireza estreou-se de "leão ao peito" a 13 de Outubro de 1935, no Campo Grande, em jogo a contar para a 1ª jornada do Campeonato de Lisboa, frente ao eterno rival Benfica, com derrota leonina por 0-4.

Equipa leonina da época de 1938/39.

Com a camisola leonina, Pireza conquistou uma dúzia de títulos, distribuídos da seguinte forma: 2 Campeonatos Nacionais (1940/41 e 1943/44), uma Taça de Portugal (1940/41), 2 Campeonatos de Portugal (1935/36 e 1937/38) e 7 Campeonatos de Lisboa (1935/36, 1936/37, 1937/38, 1938/39, 1940/41, 1941/42 e 1942/43).
Se fosse vivo faria hoje um século de vida. Aqui deixámos mais uma recordação nostálgica de um grande jogador da História do futebol leonino.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Laranjeira faz hoje 60 anos!

 
Laranjeira: 19 anos (época de 1970/71); 20 anos (época de 1971/72).

Há exactamente 60 anos, nascia em Lisboa (28/9/1951), Laranjeira, um dos melhores defesas centrais portugueses que passou pelo Sporting durante a década de 70.
Laranjeira jogou durante 9 épocas de "leão ao peito" (entre as temporadas de 1970/71 e 1978/79), embora tenha estado ausente dos relvados durante toda a época de 1974/75, devido a uma lesão grave. O central leonino realizou um total de 199 jogos, tendo marcado 5 golos.

Laranjeira: 24 anos (época de 1975/76); 26 anos (época de 1977/78).

Com a camisola leonina, Laranjeira sagrou-se Campeão Nacional na época de 1973/74, tendo conquistado 4 Taças de Portugal nas épocas de 1970/71, 1972/73, 1973/74 e 1977/78. Foi ainda finalista vencido desta competição em mais duas ocasiões (1971/72 e 1978/79).

Equipa leonina da época de 1977/78.
Estádio da Luz, 12/2/1978, Benfica - 1 / Sporting - 0.
Em cima (da esquerda para a direita): Laranjeira (cap.), Inácio, Vítor Gomes, Manaca, Keita e Botelho.
Em baixo (mesma ordem): Manuel Fernandes, Jordão, Barão, Artur e Fraguito.

Laranjeira foi também internacional A por Portugal, tendo, ao serviço do Sporting, envergado a camisola da Selecção Nacional em 10 ocasiões.

Equipa leonina da época de 1978/79.
Em cima (da esquerda para a direita): Keita, Freire, Laranjeira (cap.), Meneses, Barão e Botelho.
Em baixo (mesma ordem): Manoel, Inácio, Ademar, Ailton e Artur.

Pode ver e ler mais sobre Laranjeira aqui.
O Armazém Leonino felicita e dá os parabéns a Laranjeira, desejando-lhe muitos anos de vida.
Equipa leonina da época de 1978/79.
Em cima (da esquerda para a direita): Bastos, Meneses, Laranjeira, Zezinho, Jordão e Botelho.
Em baixo (mesma ordem): Inácio, Vítor Manuel, Manuel Fernandes (cap.), Mota e Zandonaide.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Alta condecoração atribuída ao Sporting nas suas bodas de diamante (1981).

Momento solene em que o Presidente da República, General Ramalho Eanes,
coloca no estandarte do Sporting as insígnias de "Membro Honorário da
Ordem do Infante D. Henrique".
À esquerda, segurando o estandarte, encontra-se o sócio nº2 do Sporting, António Sobral Júnior.

Fez, no passado dia 25 de Setembro, 30 anos que o Sporting Clube de Portugal recebeu uma das mais altas condecorações atribuídas pelo Estado Português a uma instituição desportiva.
Com efeito a 25 de Setembro de 1981, ano em que o Sporting celebrou as bodas de diamante (75º aniversário), o clube de Alvalade foi agraciado pelo Presidente da República de então, o General Ramalho Eanes, com o grau de "Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique".
Na mesma cerimónia, também Jorge Vieira, então sócio nº1 dos "leões" e uma das maiores figuras, como atleta e dirigente, da História do Sporting, foi agraciado com o grau de "Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique".

Momento solene em que o Ministro de Estado, Gonçalo Ribeiro Teles, condecora
Jorge Vieira com o grau de "Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique".

Na verdade, Jorge Vieira (1898-1986), foi um dos grandes capitães e defesas do Sporting e da Selecção Nacional da década de 20 do século passado, tendo sido, igualmente, um prestigiado árbitro internacional e dirigente leonino.
Jorge Vieira representou o Sporting como jogador durante 12 épocas, entre 1920 e 1932, tendo realizado um total de 109 jogos oficiais com a camisola leonina e conquistado um Campeonato de Portugal e cinco Campeonatos de Lisboa. Foi ainda 17 vezes internacional A por Portugal, 15 das quais na condição de capitão da selecção nacional. Jorge Vieira ficou conhecido para a posteridade como o "capitão perfeito", devido ao comportamento exemplar e "fair-play" em campo, aliados a uma forte personalidade e capacidade de liderança.

Jorge Vieira de "leão ao peito" e com o emblema das "quinas".

Ao longo da sua vida, Jorge Vieira recebeu várias condecorações, destacando-se, entre outras, a referida anteriormente, em 1981, e a medalha de "Mérito Desportivo" atribuída pela então designada Direcção Geral dos Desportos, em 1979.
Um ano antes de falecer, em 1985, Jorge Vieira tornou-se no primeiro sócio do Sporting a receber o emblema de 75 anos de filiação. Viria a falecer em 1986, com 88 anos, quando era então o sócio nº1 do Sporting, a grande paixão da sua vida.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

José Carlos faz hoje 70 anos!

Faz hoje precisamente 70 anos que nasceu, em Vila Franca de Xira, a 22 de Setembro de 1941, José Carlos, o grande defesa e capitão leonino das décadas de 60 e 70.
Como grande figura do Sporting e do futebol português que foi, o Armazém Leonino não podia deixar passar em branco esta importante e festiva data, felicitando e endereçando os parabéns a José Carlos. Como forma de celebrar o 70º aniversário do grande defesa e capitão leonino, o Armazém Leonino recorda, a seguir, o seu brilhante currículo e palmarés desportivo, acompanhando essa descrição com bonitas imagens que retratam um pouco da sua carreira.

Na verdade, José Carlos foi um dos maiores defesas da História do futebol leonino e um dos melhores de sempre do futebol português, tendo construído uma carreira brilhante ao serviço do Sporting, clube que representou durante 12 épocas, mais concretamente, entre 1962/63 e 1973/74.

Equipa leonina da época de 1971/72 (revista "Ídolos do Desporto", 7ª série, nº1, Dezembro de 1971).
José Carlos é o 2º jogador em cima a contar da esquerda.

José Carlos ingressou no Sporting com 21 anos, no início da temporada de 1962/63, vindo da CUF, tendo feito a sua estreia com a camisola leonina a 20 de Outubro de 1962, no Estádio José Alvalade, frente ao Atlético, em jogo a contar para a 1ª jornada do campeonato, que os "leões" venceram por 5-3.

Equipa leonina da época de 1966/67.
José Carlos é o 3º jogador em cima a contar da esquerda.

Durante as 12 temporadas de "leão ao peito", José Carlos conquistou diversos títulos e troféus, incluindo o prestigiado prémio Stromp (1971), sendo um dos futebolistas que mais vezes envergaram a camisola leonina, num total de 348 partidas oficiais.

Equipa leonina que conquistou, em Maio de 1964, a Taça das Taças na finalíssima
de Antuérpia, com vitória (1-0) diante do MTK de Budapeste (Hungria).
José Carlos é o 1º jogador em cima a contar da direita.

José Carlos era, de facto, um defesa de grande categoria, revelando uma enorme polivalência e versatilidade nas tarefas defensivas, podendo jogar com igual eficácia quer a defesa central, quer a defesa direito ou esquerdo. José Carlos era um defesa completo, na medida em que era tão bom na marcação individual aos avançados, como nas "dobras" aos seus defesas, destacando-se pelo seu excelente posicionamento táctico e elevada concentração, aliadas a uma enorme combatividade e garra que punha em campo.

Equipa leonina da época de 1972/73.
José Carlos é o 3º jogador em cima a contar da esquerda.

Foram, aliás, estas qualidades e ainda a capacidade de liderança revelada desde cedo por José Carlos que lhe conferiram um importante estatuto dentro da equipa leonina, não admirando que rapidamente chegasse a capitão do Sporting, após o abandono prematuro por lesão de outro grande defesa e capitão leonino, Fernando Mendes.

O capitão leonino José Carlos ergue a Taça de Portugal
conquistada, na época de 1970/71, com vitória frente ao Benfica, por 4-1.

Ao serviço do Sporting, José Carlos conquistou uma Taça das Taças (época de 1963/64), 3 Campeonatos Nacionais (épocas de 1965/66, 1969/70 e 1973/74) e 4 Taças de Portugal (épocas de 1962/63, 1970/71, 1972/73 e 1973/74). Foi, ainda, finalista vencido desta competição por duas vezes, ambas frente ao Benfica, nas temporadas de 1969/70 e 1971/72.
Em representação da Selecção Nacional, José Carlos foi 36 vezes internacional A. Estreou-se com a camisola das "quinas", a 19 de Março de 1961, em Lisboa, frente ao Luxemburgo, com uma vitória de Portugal por 6-0. Ao fim de uma década ao serviço de Portugal, José Carlos despediu-se da selecção a 12 de Maio de 1971, no Porto, diante da Dinamarca, igualmente com uma vitória robusta, desta vez por 5-0.
Equipa de Portugal que, a 12 de Maio de 1971, venceu, no Estádio das Antas, a Dinamarca, por 5-0.
José Carlos foi o capitão da Selecção Nacional (1º jogador em cima a contar da esquerda).
Último jogo de José Carlos com a camisola das "quinas".

O trajecto de José Carlos pela Selecção Nacional ficou marcado de forma positiva e inesquecível pela extraordinária "saga dos magriços", na qual Portugal conquistou um brilhante 3º lugar no Campeonato do Mundo em Inglaterra, em 1966. Nessa memorável campanha lusitana, o defesa leonino  participou nos 2 últimos jogos de Portugal, por sinal os mais importantes e decisivos da prova: o das meias finais, diante da Inglaterra (derrota por 1-2) e o de atribuição dos 3º e 4º lugares, frente à URSS (vitória por 2-1).
Caricatura, da autoria de Francisco Zambujal, de homenagem
aos 11 bravos "leões" que conquistaram, de forma brilhante,
a Taça das Taças, na época de 1963/64.
José Carlos é o 2º jogador caricaturado em cima a contar da direita.

No final da época de 1973/74, então prestes a completar 33 anos, José Carlos abandonou o Sporting, pondo fim a uma relação fortíssima de 12 anos, marcada por uma grande paixão para com o emblema do "leão", ele que foi na verdade um dos grandes símbolos da mística leonina e um fiel seguidor do lema do Sporting: "Esforço, dedicação, devoção e glória". Muitos parabéns e muitos anos de vida, José Carlos!

sábado, 17 de setembro de 2011

Uma goleada histórica (9-0) na Europa com 25 anos!


Faz precisamente hoje 25 anos que o Sporting alcançou uma goleada histórica em Reykjavik (Islândia), a 17 de Setembro de 1986, num jogo a contar para as competições europeias da época de 1986/87.
Nesse dia, o Sporting defrontou o Akranes, em jogo da 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça UEFA, vencendo a equipa islandesa por 9-0, cujo resultado constitui, ainda hoje, recorde de goleadas fora de casa em competições de clubes da UEFA.
Ao intervalo, a equipa leonina já vencia o Akranes por 4-0. A 2ª parte da partida constituiu um autêntico passeio para os "leões", tal a superioridade demonstrada perante a modesta equipa islandesa formada por jogadores maioritariamente amadores, altos, fortes, loiros e toscos, como então era habitual chamar aos futebolistas da maior parte das equipas nórdicas. Na 2ª parte, a equipa leonina marcou mais 5 golos e, segundo rezam as crónicas, outros ficaram por marcar.

Uma das equipas-tipo do Sporting da época de 1986/87.
Em cima (da esquerda para a direita): Duílio, Gabriel, Morato, Mário e Vital.
Em baixo (mesma ordem): Oceano, Manuel Fernandes (cap.), Negrete,
Fernando Mendes, Zinho e Meade.

Recordamos, a seguir, a constituição da equipa leonina, então treinada por Manuel José, que
obteve este resultado histórico e, diga-se de passagem, difícil de igualar nos tempos que correm:
Vital; Gabriel, Morato, Venâncio e Mário Jorge; Zinho, Oceano, Negrete e Mário; Manuel Fernandes (cap.) e Meade.
Os golos dos "leões" foram marcados por 5 jogadores: O avançado inglês Mc Donald, que entrou na 2ª parte, fez um "hat-trick", Manuel Fernandes e o também avançado inglês Meade bisaram, tendo os restantes 2 golos sido apontados por Negrete e Zinho.

Meade (14 e 37 min.), Manuel Fernandes (10 e 39 min.) e Mc Donald (49, 60 e 87 min.)
Zinho (90 min.) e Negrete (80 min.)


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Recordações de uma antiga eliminatória com o FC Zurique (Março de 1974).


A propósito do jogo de amanhã, entre o FC Zurique e o Sporting, a contar para a 1ª jornada da fase de grupos da Liga Europa, cuja partida assinala a estreia do Sporting nas competições europeias desta época, o Armazém Leonino recorda hoje o anterior confronto, ocorrido na época de 1973/74, entre estes dois clubes.
A época de 1973/74 foi, aliás, uma das melhores de sempre da História do futebol leonino, uma vez que, a nível interno, os "leões" conquistaram a "dobradinha" (campeonato e Taça de Portugal) e o seu inesquecível avançado argentino Yazalde sagrou-se o melhor marcador do campeonato, com a fantástica marca de 46 (!) golos (em 29 jogos), ainda hoje recorde do campeonato nacional, conquistando nessa temporada a "Bola de Prata" e a "Bota de Ouro".
Para ser uma época extraordinária só faltou mesmo a chegada da equipa leonina à final da Taça das Taças, cujo feito esteve muito perto de acontecer. Os "leões" seriam, contudo, eliminados nas meias finais, diga-se de forma injusta, pela equipa alemã do Magdeburgo (ex-RDA) - 1ª mão, 1-1 (em Lisboa); 2ª mão, 1-2 (na Alemanha) - que curiosamente viria a conquistar o troféu.

Estádio José Alvalade, 6 de Março de 1974.
Sporting - 3 / FC Zurich - 0 (1ª mão, quartos de final da Taça das Taças).
Troca de galhardetes e de cumprimentos entre os capitães das duas equipas:
à esquerda, o mítico guardião e capitão leonino, o eterno Vítor Damas.

Ora foi precisamente na eliminatória anterior, nos quartos de final da competição, que o Sporting defrontou o FC Zurique. A equipa leonina recebeu a equipa suíça, na 1ª mão, em Alvalade, a 6 de Março, vencendo por um esclarecedor 3-0, tendo os golos sido todos obtidos na 2ª parte, por intermédio de Nélson (55 minutos), Marinho (57 minutos) e Yazalde (80 minutos, grande penalidade).
Perante este resultado relativamente tranquilizador, o Sporting encarou com optimismo, mas com sentido de responsabilidade, o encontro da 2ª mão, em Zurique, a 20 de Março. E, na verdade, a equipa leonina voltou a confirmar a sua superioridade, jogando, simultâneamente, com confiança e ambição, apesar de ter sofrido um golo madrugador, logo aos 6 minutos.
No entanto, a equipa leonina não se atemorizou, demonstrando grande personalidade e maturidade. Rapidamente se recompôs e o seu valor veio ao de cima, não voltando a permitir qualquer veleidade por parte da equipa suíça, a qual não conseguiu voltar a marcar qualquer golo. Ao invés, foram os "leões" que alcançaram o empate pouco tempo depois, aos 18 minutos, por intermédio de Baltasar, fixando o resultado em 1-1, o qual não viria a sofrer alteração até ao final da partida.

Zurique, 20 de Março de 1974.
FC Zurich - 1 / Sporting - 1 (2ª mão, quartos de final da Taça das Taças).
Os agradecimentos e festejos dos bravos "leões" que tinham acabado
de ultrapassar a equipa suíça rumo às meias finais da Taça das Taças.
Da esquerda para a direita: Dinis, José Carlos, Marinho, Yazalde, Alhinho,
Carlos Pereira, Fraguito (semi-encoberto), Chico, Bastos e Damas.

O Sporting carimbava, assim, o passaporte para as meias finais da Taça das Taças, onde viria a ser eliminado, fruto de uma grande infelicidade em matéria de jogadores-chave castigados (Nélson na 1ª mão) e lesionados (Yazalde na 1ª e 2ª mãos e Dinis na 2ª mão), incluindo uma grande penalidade falhada por Dinis (na 1ª mão) e uma oportunidade flagrante de golo falhada por Tomé (na 2ª mão)!
Esta eliminatória foi, de facto, ingloriamente perdida, pois o Sporting mostrou ser superior à equipa alemã no conjunto dos 2 jogos. Uma vez mais a sorte foi madrasta para o Sporting! Na véspera do dia 25 de Abril e da "Revolução dos Cravos", o Sporting esteve também prestes a fazer História, 10 anos depois da conquista da Taça das Taças, em 1964.
O Armazém Leonino faz votos para que amanhã, em Zurique, o Sporting volte a vencer e a superiorizar-se à equipa suíça, tal como o fez há pouco mais de 37 anos, e que o jogo de amanhã possa marcar o arranque de uma excelente campanha leonina na Liga Europa, quem sabe, até à final de Maio, em Bucareste. Força Sporting, mostra a tua garra!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Fraguito faz hoje 60 anos!

Dois cromos de Fraguito de épocas diferentes, que saíram na contracapa
de duas populares revistas de cowboys ("Tex Tone" e "Relâmpago")
da década de 70: à esquerda, foto de Fraguito da época de 1973/74;
à direita, foto de Fraguito da época de 1977/78.

Há exactamente 60 anos, nascia em Vila Real (8/9/1951), Fraguito, um dos melhores médios portugueses que passou pelo Sporting durante a década de 70.

Uma das equipas-tipo do Sporting da época de 1973/74. Em cima (da esquerda para a direita):
Laranjeira, Manaca, Alhinho, Damas, Fraguito (22 anos) e Carlos Pereira.
Em baixo (mesma ordem): Tomé, Yazalde, Nélson, Marinho, Dinis.

Fraguito jogou durante 9 épocas de "leão ao peito" (entre as temporadas de 1972/73 e 1980/81), tendo realizado um total de 201 jogos e marcado 20 golos.

Uma das equipas-tipo do Sporting da época de 1978/79. Em cima (da esquerda para a direita):
Meneses, Laranjeira, Marinho, Keita, Fraguito (27 anos) e Botelho.
Em baixo (mesma ordem): Artur, Manoel, Manuel Fernandes, Jordão e Inácio.

Com a camisola leonina, Fraguito sagrou-se por duas vezes campeão nacional (épocas de 1973/74 e 1979/80) e venceu 3 Taças de Portugal (épocas de 1972/73, 1973/74 e 1977/78), sendo finalista vencido na temporada de 1978/79.

Cromo de Fraguito, caricaturado por Francisco Zambujal, referente
à colecção "Arte e Futebol" (editora Mabilgráfica, época de 1979/80).

Fraguito foi ainda 6 vezes internacional A pela Selecção Nacional. Pode ver e ler mais sobre Fraguito aqui.

Equipa de Portugal que defrontou a 14 de Novembro de 1973, no Estádio José Alvalade,
a Irlanda do Norte, cujo resultado foi um empate (1-1).
Este jogo assinalou precisamente a estreia de Fraguito com a camisola das "quinas".
Em cima (da esquerda para a direita): Damas, Pietra, Alhinho, Fraguito (22 anos), Adolfo e Humberto Coelho.
Em baixo (mesma ordem): Nené, Octávio, Jordão, Toni e Dinis. 

O Armazém Leonino felicita e dá os parabéns a Fraguito, desejando-lhe muitos anos de vida. Achámos que uma forma bonita de comemorar o aniversário de Fraguito e de lembrar esta importante data foi a de publicar uma série de fotos retratando momentos da carreira deste grande jogador.

Caricatura, da autoria de Francisco Zambujal, referente à equipa leonina
que se sagrou campeã nacional na época de 1979/80. Em cima (da esquerda para a direita):
Vaz (g.r.), Eurico, Barão, Meneses, José Eduardo, Bastos, Fidalgo (g.r.) e Inácio.
Em baixo (mesma ordem): Marinho, Manuel Fernandes, Manoel, Jordão, Fraguito (28 anos) e Ademar.

sábado, 3 de setembro de 2011

Domingos Castro - Um "leão" de raça de categoria internacional!


A propósito da 13ª edição dos "Mundiais" de Atletismo (pista ao ar livre) que estão a decorrer em Daegu (Coreia do Sul), o Armazém Leonino recorda hoje um dos maiores atletas da História do atletismo leonino - Domingos Castro - que, há precisamente 24 anos, conquistou, na 2ª edição daquela competição, realizada em Roma, a medalha de prata na prova de 5 000 metros.
Com efeito, em 1987, Domingos Castro, então prestes a completar 24 anos, alcançava um dos maiores feitos da sua longa e excelente carreira, ao conquistar um brilhante 2º lugar - com a marca de 13.27,59 minutos - na final dos 5 000 metros dos Campeonatos do Mundo de Pista em Atletismo realizados em Roma, sendo apenas batido pelo grande atleta marroquino Said Aouita, na altura, um dos melhores meio-fundistas mundiais que, inclusivamente, havia sido campeão olímpico desta distância nos Jogos de Los Angeles, em 1984.
A estreia de Domingos Castro em "Mundiais" de Atletismo não poderia ter sido mais auspiciosa, vaticinando-se um futuro promissor para o então jovem atleta leonino na alta roda do atletismo mundial. Domingos Castro era, na verdade, um atleta muito combativo e raçudo, revelando uma enorme fibra e espírito de sacrifício, qualidades estas que se aliavam a uma constante disponibilidade física e mental para o treino e a uma crescente motivação no sentido da sua evolução e melhoria técnico-táctica.
Logo no ano seguinte, nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, Domingos Castro esteve prestes a conquistar nova medalha na prova de 5 000 metros, naquela que terá sido uma das mais frustrantes e dramáticas corridas da sua carreira, falhando um lugar no pódio por escassos metros.
Na verdade, Domingos Castro viu fugir-lhe, de forma inglória e injusta, a medalha que esteve ao seu alcance até à entrada para a última volta, altura em que já nos últimos 200 metros, não resisitiu ao elevado esforço dispendido ao longo da prova, vendo-se ultrapassado, a poucos metros da meta, por dois atletas alemães. A corrida viria a ser ganha pelo queniano John Ngugi que praticamente liderou a prova do princípio ao fim, tendo Domingos Castro pagado caro o facto de ter sido o único atleta que tentou ir atrás do queniano que cedo se distanciou dos demais corredores. O atleta leonino acabou por terminar a corrida num frustrante 4º lugar, ainda assim com o excelente tempo de 13.16,09 minutos.
Nos anos seguintes, Domingos Castro continuou a dar nas vistas em grandes competições de atletismo, sendo justamente considerado pelos especialistas um dos principais fundistas europeus e mundiais da sua geração. Embora não tenha voltado a conquistar mais nenhuma medalha em Campeonatos da Europa, Campeonatos do Mundo ou Jogos Olímpicos, Domingos Castro esteve presente em várias finais daquelas competições, quer em 5 000, quer em 10 000 metros, tendo alcançado lugares bem honrosos, dos quais destacamos os seguintes (por ordem cronológica): 1986 (Estugarda) - Campeonato da Europa de Pista: 5º lugar (10 000 metros); 1991 (Tóquio) - Campeonato do Mundo de Pista: 5º lugar (5 000 metros); 1992 (Barcelona) - Jogos Olímpicos: 11º lugar (5 000 metros); 1994 (Helsínquia) - Campeonato da Europa: 9º lugar (5 000 metros); 1997 (Atenas) - Campeonato do Mundo de Pista: 6º lugar (10 000 metros).
Domingos Castro participou ainda na Maratona dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996 e dos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, tendo alcançado, respectivamente, a 25ª e 18ª posições. Das 16 maratonas que correu, venceu duas, a maratona de Paris, em 1995 e a maratona de Roterdão, em 1997, conseguindo aí a sua melhor marca pessoal, com o tempo de 2 horas, 7 minutos e 51 segundos. 
A partir do final da década de 80 e início da década de 90, começou a assistir-se a uma supremacia quase esmagadora por parte dos atletas africanos, sobretudo dos oriundos da África Negra (Quénia e Etiópia) que passaram a dominar praticamente todas as corridas de meio fundo e fundo das principais competições do atletismo mundial, quer em pista, estrada ou corta-mato. Domingos Castro e outros atletas europeus da sua geração sentiram na pele este fenómeno, e nas corridas em que participavam atletas africanos, aqueles tinham de limitar-se a lutar pelo título de melhor atleta europeu!
Este poderio africano que já dura há cerca de 25 anos e que promete manter-se nos próximos, diria mesmo, longos anos, fez com que os atletas europeus, nos últimos anos, deixassem de figurar no pódio e na luta pelas medalhas nas provas de meio-fundo e fundo em grandes competições de atletismo. A edição deste ano dos "Mundiais" de Atletismo de Daegu deu disso uma prova inequívoca e concludente, quer no sector masculino, quer no sector feminino.
Relativamente ao total de participações em grandes competições mundiais de atletismo, Domingos Castro esteve presente em 4 edições dos Jogos Olímpicos, 5 edições do Campeonato do Mundo de Pista e duas edições do Campeonato da Europa de Pista.
Como atleta versátil e polivalente que era, Domingos Castro sobressaiu igualmente no corta-mato, em cuja especialidade viria a alcançar lugares de destaque, apesar de, como atrás referimos, já se fazer sentir o poderio africano também no corta-mato. Ainda assim, Domingos Castro teve participações bastante honrosas no Campeonato do Mundo de Corta-Mato, em cuja competição é, ainda hoje, o recordista mundial de presenças, com nada mais nada menos que 18 (17 das quais consecutivas como sénior e uma como júnior). Destas 18 participações, há a referir 7 presenças entre os 15 primeiros classificados, destacando-se a obtenção de um 7º lugar (melhor atleta europeu) em 1990 e de um 10º lugar em 1999. Viria a conquistar a medalha de prata em Alnwick (Inglaterra), em 1994, no recém-criado Campeonato da Europa de Corta-Mato.

Caricatura genial dos irmãos-gêmeos Castro, da autoria
do mestre Francisco Zambujal: à esquerda Dionísio Castro,
à direita Domingos Castro.

A nível de clubes, em representação do Sporting, Domingos Castro conquistou inúmeros títulos nacionais e europeus, quer individuais, quer colectivos, em pista, estrada e corta-mato, mas disso não daremos conta nesta postagem, pois tal foge do âmbito deste artigo, o qual procurou essencialmente analisar a carreira internacional individual de Domingos Castro nas principais competições do atletismo mundial.
A abordagem relativa à carreira de Domingos Castro ao serviço do Sporting ficará para uma outra ocasião, já que oportunidades para tal não faltarão certamente.
De uma coisa não restam dúvidas. Para além de ter sido um dos maiores atletas leoninos de todos os tempos, digno sucessor de outros grandes atletas como Carlos Lopes e Fernando Mamede, Domingos Castro foi, igualmente, um dos melhores atletas nacionais de sempre e um fundista de craveira mundial, quer em pista, quer em corta-mato.