quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

TRAVASSOS


José António Barreto Travassos, nasceu na Quinta do Lumiar, 22 de Fevereiro de 1922, também conhecido por Zé da Europa por ter sido o 1º jogador de futebol português a jogar na selecção da Europa, em 1955 contra a Grã-Bretanha. Curiosamente nasceu no mesmo local onde se situava a Bancada Nova do antigo estádio de Alvalade.
Como jogador de futebol foi 35 vezes internacional e representou a CUF (onde foi necessario autorização do ministro por ainda não ter idade de júnior) e o Sporting Clube de Portugal. Praticou ainda atletismo nos anos em que jogava na CUF. Ainda na época em que era moda o futebol de ataque Travassos actuava como interior-direito, e juntamente com Albano, António Jesus Correia, Peyroteo e Vasques formaram os famosos Cinco Violinos. Também famoso foi o golo que marcou no seu primeiro jogo contra o F.C.Porto, um remate de moinho que ficou imortalizado no filme O Leão da Estrela.
Fora do grande ecrã teve a mais curiosa crítica de um jornalista estrangeiro, no caso inglês, em 1951: "Portugal não figura entre os seis primeiros países da Europa do futebol, mas possui um interior-direito, Travassos, que vale quatro mil contos. Travassos, com um penteado impecável, é tão brilhante com os pés como o seu inalterável penteado de brilhantina".



Travassos estava destinado ao Sporting e o Sporting recebeu a sina de braços estendidos. Nasceu a 22 de Fevereiro de 1926, no Lumiar, precisamente onde mais tarde seria erguido o antigo Estádio de Alvalade. Foi um dos Cinco Violinos, oito vezes campeão nacional, um avançado capaz de fazer sonhar o mais céptico, o primeiro português a jogar na Selecção da Europa (1955). Nos derbies ficou pelos sete golos, três logo na estreia, no inesquecível 6-1.
Abriu o marcador aos sete minutos, começando, então, a construir um resultado que só terminaria seis golos depois. A chuva forte que incomodava Lisboa há duas semanas não lhe pesou no pé, que acertaria na baliza de Martins por mais duas ocasiões, aos 28 e aos 80. Foi a 16 de Fevereiro de 1947, o ano da vingança, depois de em 1946 o Sporting ter sido goleado 2-7 pelo Benfica. Uma exibição premiada com um relógio de ouro, oferecido por um... adepto.
Mas não foi fácil conquistar Travassos. Foram necessários dois raptos, primeiro do F.C. Porto e depois do Sporting, para a jovem promessa perceber que era a camisola do leão que queria vestir. Ele que em menino era mais dedicado à caça. Chegou à CUF com 16 anos, mas antes, devido às qualidades de velocista, houve quem lhe augurasse futuro no atletismo. Continuou no futebol e chegou à boca do povo pelas exibições na equipa do Barreiro.
Travassos começou por render-se ao F.C. Porto a troco de 20 contos e uma casa na Invicta. Mas depois de sequestrado cá e lá, decidiu-se pelo Sporting. Foram 12 anos de magia nos relvados, que o estrangeiro também soube reconhecer, nomeadamente em Agosto de 1955, quando foi um dos melhores em campo na vitória da Selecção da Europa, por 4-1, frente à Grã-Bretanha, em Belfast, na Irlanda do Norte.
Retirou-se em Setembro de 1958, com o oitavo título nacional consumado e já depois de duas taças de Portugal arrecadadas. Marcou 99 golos em 249 jogos no principal escalão. Da Selecção, despediu-se com 35 internacionalizações e seis golos. Só os joelhos o angustiaram. Foi três vezes operado ao menisco. Travassos faleceu no dia 12 de Fevereiro de 2002.

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