terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Manaca

Carlos Alberto Manaca Dias, conhecido no meio futebolístico por Manaca, nasceu a 22 de Setembro de 1946, na cidade da Beira, em Moçambique. Manaca foi um dos melhores defesas que passou pelo Sporting nos anos 70, tendo feito parte de inesquecíveis e saudosas equipas leoninas daquela década, integrando grandes jogadores como Damas, Bastos, Alhinho, José Carlos, Carlos Pereira, Laranjeira, Fraguito, Vagner, Nélson, Marinho, Yazalde, Dinis, Chico, Tomé, Baltasar, Dé, etc.

Curiosamente, foi na posição de avançado que Manaca começou por se destacar, ao serviço do clube da sua terra, o Sporting da Beira (Moçambique). O Sporting acabaria por contratar Manaca, então com 19 anos, no início de Janeiro de 1966, mas este só faria a sua estreia oficial com a camisola leonina no fim desse ano, mais concretamente, a 18 de Dezembro, em jogo realizado no Barreiro, a contar para a 11ª jornada do Campeonato Nacional da época de 1966/67, diante da CUF (vitória leonina por 3-1). Nesta temporada, Manaca seria utilizado apenas em 4 jogos.


Nas duas temporadas seguintes (1967/68 e 1968/69), Manaca é emprestado à Sanjoanense, então a militar no principal escalão do futebol português. Com a descida de divisão do clube de São João da Madeira no final da época de 1968/69, Manaca regressa ao Sporting na temporada seguinte, onde tem oportunidade de realizar 12 partidas, sagrando-se inclusivamente campeão nacional nessa época.

Equipa leonina (época 1972/73)
Manaca é o 2º jogador (em cima) a contar da direita (entre Fraguito e Damas)

Manaca era aquilo a que se pode chamar um verdadeiro jogador de equipa, polivalente e versátil, podendo actuar, com igual eficácia, em qualquer posição da defesa, como lateral (direito ou esquerdo) ou central e, ainda, no meio campo. Manaca possuia também uma boa compleição físico-atlética, uma técnica individual bastante apreciável e, sobretudo, uma excelente cultura táctica e espírito de luta que lhe permitia adaptar-se a várias posições dentro do campo, sendo, por isso, um jogador de extrema utilidade para a equipa, para além de ser igualmente bastante correcto e disciplinado.

 Equipa leonina (época 1972/73)
Manaca é o 1º jogador (em baixo) a contar da esquerda (ao lado de Chico)

Nas primeiras três épocas consecutivas de "leão ao peito", mais especificamente, entre 1969/70 e 1971/72, Manaca actuou preferencialmente no meio campo, na posição de médio mais defensivo, tendo, por vezes, alternado essa posição com a de defesa esquerdo. Nas três temporadas seguintes (1972/73, 1973/74 e 1974/75), Manaca assume-se definitivamente como titular indiscutível da equipa leonina, passando nessas épocas a jogar maioritariamente como defesa direito. Essas três temporadas são, aliás, as melhores de Manaca com a camisola leonina, sendo então dos jogadores mais utilizados do plantel leonino. Em particular, a época de 1973/74 é memorável não apenas para Manaca, que efectua um total de 38 jogos, mas para toda a equipa, pois conquistou a "dobradinha" e falhou por um triz a presença na final da Taça das Taças.

Equipa leonina (época 1973/74)
Manaca é o 2º jogador (em cima) a contar da esquerda (entre Laranjeira e Alhinho)

No final da temporada de 1974/75, após seis épocas consecutivas em Alvalade, Manaca abandona o Sporting, ingressando no Vitória Futebol Clube (Setúbal) onde joga durante uma época. Na época seguinte (1976/77), Manaca volta a "mudar de ares" indo desta vez jogar no Sporting de Braga onde permanece também uma temporada.

Equipa leonina (época 1973/74)
Manaca é o 1º jogador (em cima) a contar da esquerda (ao lado de Carlos Pereira)

No início da época de 1977/78, prestes a completar 32 anos, Manaca regressa uma vez mais ao Sporting, onde se fixa novamente como titular, desta vez, porém, como defesa central. Conquista a Taça de Portugal no final da época, despedindo-se então definitivamente do Sporting, ao serviço do qual jogou durante 8 épocas (1966/67; entre 1969/70 e 1974/75; 1977/78), tendo realizado um total de 200 jogos e marcado 6 golos. Em representação dos "leões", Manaca conquistou 6 troféus: foi duas vezes campeão nacional (1969/70 e 1973/74) e venceu por 4 vezes a Taça de Portugal (1970/71, 1972/73, 1973/74 e 1977/78), tendo ainda sido finalista vencido desta competição em mais duas ocasiões (1969/70 e 1971/72).

Equipa leonina (época 1973/74)
Manaca é o 1º jogador (em cima) a contar da esquerda (ao lado de Alhinho)
De Manaca pode, pois, afirmar-se com toda a justiça que foi um grande defesa que deixou uma marca de qualidade no Sporting, tendo deixado saudades na família sportinguista, quer pelo seu valor futebolístico, quer pelas qualidades humanas reveladas.

Equipa leonina (época 1977/78)
Manaca é o 3º jogador (em cima) a contar da direita (entre Vítor Gomes e Keita)

Após abandonar Alvalade, Manaca ainda jogou duas temporadas (1978/79 e 1979/80) no Vitória Sport Clube (Guimarães), três épocas (entre 1980/81 e 1982/83) no Estoril Praia e ainda uma temporada (1983/84) no Peniche (2ª divisão - zona centro), na condição de jogador-treinador. No final dessa temporada,  já prestes a completar 38 anos, Manaca despede-se do futebol português, após uma longa e bonita carreira de quase 18 anos, durante os quais representou 7 clubes, tendo granjeado simpatia e admiração na sua passagem por todos eles, pois foi sempre um profissional exemplar que honrou e suou os emblemas que representou.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Boas Festas Sporting!


O Armazém Leonino deseja a todos os sportinguistas um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, cheio de saúde, paz e amor.
Relativamente ao nosso querido Sporting, fazemos votos para que o ano de 2012 nos traga alegrias, vitórias e conquistas desportivas em várias modalidades, nomeadamente, no futebol, andebol, futsal e atletismo.

No que diz respeito ao futebol, o Sporting é o único clube que ainda se encontra a lutar pela conquista das 4 competições da época: Campeonato Nacional (em 3º lugar, a 6 pontos dos líderes F.C. Porto e Benfica, mas cuja diferença pontual é perfeitamente recuperável); Taça de Portugal (apurados para as meias-finais da prova e com enormes probabilidades de vencê-la, uma vez que o Sporting é mais forte que o Nacional, a Académica e a Oliveirense); Taça da Liga (candidatos a vencer esta prova, após presença em duas finais perdidas nas grandes penalidades, a última das quais, graças a uma arbitragem escandalosa de Lucílio Baptista, o qual roubou autenticamente a Taça aos "leões"); Liga Europa (apurados para os dezasseis-avos-de-final da competição, com grandes possibilidades de passar aos oitavos-de-final, pois o Sporting é superior ao Légia de Varsóvia).

No que se refere ao Andebol, o Sporting luta ainda pela conquista de todas as competições da época (Campeonato Nacional, Taça de Portugal e Taça Challenge: apurado para os oitavos-de-final) tendo legítimas aspirações a ganhar qualquer uma delas.
Em relação ao Futsal, o Sporting encontra-se igualmente em condições de ganhar tudo o que há para ganhar, quer a nível nacional (conquistando a "dobradinha" como na época passada), quer a nível internacional, onde se encontra apurado para disputar, uma vez mais, a "Final Four" da Uefa Futsal Cup, sendo um dos candidatos à vitória na prova, em cuja final esteve presente na temporada passada, tendo sido derrotado pelo Monte Silvano (Itália), por 8-4.

Relativamente ao Atletismo (ar livre e pista coberta), o Sporting é o crónico favorito a vencer os respectivos campeonatos nacionais, quer em masculinos, quer em femininos.
Com efeito, pelo menos nestas 4 modalidades, o ano de 2012 pode ser um ano farto de conquistas para o Sporting. Com o apoio inexcedível e inigualável de todos os sócios e adeptos sportinguistas, com o esforço, empenho, dedicação e espírito de sacrifício de atletas, treinadores e dirigentes, acreditamos que será possível a conquista de muitos títulos no próximo ano.
Boas Festas para toda a família sportinguista e para o Sporting, o nosso grande amor!


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Recordações de uma final da Taça de Portugal (1994/95): Sporting - 2 / Marítimo - 0.


A propósito do jogo de logo à noite (21 horas), no Estádio Alvalade XXI, entre o Sporting e o Marítimo, a contar para os quartos-de-final da Taça de Portugal, o Armazém Leonino recorda hoje a única final desta competição em que estes dois clubes se defrontaram, já lá vão mais de 16 anos!
No dia 10 de Junho (feriado nacional: Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas) de 1995, Sporting e Marítimo jogavam no Estádio Nacional, em Lisboa, uma final inédita da Taça de Portugal, pois era a primeira vez que estas duas equipas se encontravam na final do Jamor e era também a primeira vez que o Marítimo estava presente numa final da Taça de Portugal.
Esta final representava para o Sporting uma excelente oportunidade de quebrar um jejum de títulos (Campeonato Nacional e Taça de Portugal) que já durava há 13 anos, mais concretamente desde a conquista da "dobradinha" na já distante época de 1981/82!
Relativamente a esta final que o Sporting venceu por 2-0, o que se pode afirmar é que o resultado não traduz aquilo que se passou em campo, nem a produção das duas equipas, pois o resultado foi, na verdade, lisonjeiro para o Marítimo, já que o Sporting dispôs ao longo da partida de oportunidades mais do que suficientes para golear a equipa madeirense.

Festejos exuberantes dos jogadores leoninos na hora de erguer o tão
ambicionado troféu que já escapava há 13 anos!

Aliás, a propósito dos golos falhados pela equipa leonina, merece destaque o duelo particular travado pelo inesquecível avançado búlgaro leonino Iordanov e o guarda-redes brasileiro maritimista Everton que terá realizado seguramente uma das melhores exibições da sua carreira. Com efeito, Iordanov e Everton protagonizaram um duelo à parte nesta final, com inúmeros remates com "selo de golo" do avançado búlgaro à baliza do guardião brasileiro, que se opôs com defesas notáveis. Só não conseguiu evitar os dois golos marcados precisamente por Iordanov, o "herói" do jogo, aos 10 e 86 minutos.

Iordanov, o "herói" da final, festejando a conquista
do seu 1º troféu de "leão ao peito".

Recordamos a constituição da equipa leonina que conquistou a Taça de Portugal da época de 1994/95, a qual era, de facto, constituída por jogadores de grande qualidade:
Costinha; Nélson, Naybet, Marco Aurélio e Vujacic; Figo, Carlos Xavier, Oceano (cap.) e Balakov; Iordanov e Amunike.
Na 2ª parte, o treinador leonino, Carlos Queiroz, procedeu a 3 substituições: aos 75 minutos, Filipe entrou para o lugar de Carlos Xavier; aos 79 minutos, Sá Pinto rendeu Balakov; aos 87 minutos, Lemajic substituiu na baliza Costinha.
Equipa leonina vencedora da Taça de Portugal - 1994/95.

Fazemos votos para que logo à noite, a equipa leonina se saia tão bem quanto esta saudosa equipa de 1995, vença o Marítimo com uma boa exibição, repetindo ou não este resultado, pois tal será sinal de que Sporting alcançou as meias-finais da prova, ficando então a um "pequeno passo" da tão ambicionada presença na final do Jamor, passados 4 anos da sua última final, na época de 2007/08. O rico historial e palmarés leonino assim o obriga e os seus fiéis sócios e adeptos assim o exigem!

sábado, 3 de dezembro de 2011

As 4 finais da Taça de Portugal entre Sporting e Belenenses.


A propósito do "derby" lisboeta Sporting-Belenenses da próxima 2ª feira (dia 5 de Dezembro), a contar para os oitavos-de-final da Taça de Portugal, o Armazém Leonino recorda hoje as 4 finais daquela competição, que tiveram como protagonistas estes dois clubes históricos do futebol português.
Na presente temporada, o Belenenses encontra-se a disputar a Liga de Honra e, à semelhança de outros clubes históricos do futebol português, tem vindo, ao longo dos últimos anos, a passar por grandes dificuldades financeiras que têm contribuído para enfranquecer paulatinamente as suas equipas de futebol, que noutras épocas impunham respeito a qualquer adversário, pois eram constituídas por jogadores de grande qualidade futebolística.
De facto, longe vão os tempos em que o clube de Belém era considerado incontestavelmente um dos quatro "grandes" do futebol português e batia-se, de igual para igual, com Sporting, F.C. Porto e Benfica pela conquista dos títulos nacionais em disputa (Campeonato de Portugal, Campeonato da I Liga, Campeonato Nacional e Taça de Portugal).
Hoje em dia, o Belenenses luta para regressar ao 1º escalão do futebol português, que é o lugar onde deve estar um clube com o historial e palmarés desportivo que o clube da "cruz de cristo" orgulhosamente possui.
O Sporting é naturalmente favorito à vitória, quer por jogar no seu estádio, quer por ser uma equipa mais forte e possuir melhores jogadores que o seu adversário. Mas todo o cuidado é pouco, pois a Taça de Portugal é fértil em surpresas, tendo-nos habituado, ao longo dos anos, a surpreendentes eliminações de clubes teoricamente mais fortes e favoritos.
É esta imprevisibilidade que faz o sortilégio e a beleza da Taça de Portugal, em que os clubes mais fracos, contariando a lógica do futebol, batem o pé aos mais fortes, transformando-se em "tomba-gigantes", tal como David fez com Golias.
Portanto, o Sporting tem de respeitar o seu adversário, estar atento e desconfiar de facilidades, pois "cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém". O Sporting é nitidamente favorito e é mais forte que o Belenenses, mas tem de o provar dentro de campo e durante os 90 minutos, correndo, lutando e jogando mais que o seu adversário.
Em jeito de "aperitivo" para o "derby" lisboeta da próxima 2ª feira, apresentamos, a seguir, as quatro finais da Taça de Portugal onde o Sporting e o Belenenses se encontraram na condição de finalistas, tendo os "leões" vencido três e perdido uma:

- Época 1940/41: Campo das Salésias (Lisboa), 22 de Junho de 1941; Sporting - 4 / Belenenses - 1 (Cruz marcou dois golos e Soeiro e Peyroteo, um cada um);
Equipa-tipo leonina (época 1940-41)
Jogadores equipados - Em cima (da esquerda para a direita): Azevedo,
Manuel Marques, Anibal Paciência, Gregório, Álvaro Cardoso e Octávio Barrosa.
Em baixo (mesma ordem): Armando Ferreira, Mourão, Peyroteo,
Manuel Soeiro e João Cruz.  

- Época 1947/48: Estádio Nacional (Lisboa), 4 de Julho de 1948; Sporting - 3 / Belenenses - 1 (Peyroteo marcou dois golos e Albano um);
Equipa-tipo leonina (época 1947-48)
De pé (da esquerda para a direita): Veríssimo, Travassos, Juvenal,
Canário, Jesus Correia e Manuel Marques.
Sentados (mesma ordem): Álvaro Cardoso, Peyroteo, Albano e Azevedo.
Falta um jogador que talvez esteja encoberto e que presumimos seja Vasques.

- Época 1959/60: Estádio Nacional (Lisboa), 3 de Julho de 1960; Sporting - 1 / Belenenses - 2 (Diego marcou o golo leonino);
Equipa-tipo leonina (época 1959-60)
Em cima (da esquerda para a direita): Lúcio, Fernando Mendes,
David Júlio, Mário Lino, Hilário e Carvalho.
Em baixo (mesma ordem): Octávio de Sá, Hugo, Fernando, Vadinho,
Diego e Morais. Falta nesta equipa a "estrela" peruana, Seminário.

- Época 2006/07: Estádio Nacional (Lisboa), 27 de Maio de 2007; Sporting - 1 / Belenenses - 0 (Liedson marcou o golo leonino).
Equipa-tipo leonina (época 2006-07)
 Em cima (da esquerda para a direita): Ricardo, Polga, Alecsandro, Miguel Veloso e Caneira.
Em baixo (mesma ordem): João Moutinho, Abel, Nani, Rodrigo Tello, Liedson e Romagnoli.

Caso vença o Belenenses, como se espera e deseja, o Sporting irá defrontar, em Alvalade, o Marítimo, nos quartos-de-final da prova, e caso ultrapasse a equipa madeirense (é teoricamente o adversário mais forte que ainda se encontra em prova), a equipa leonina tem o caminho aberto ("via verde"!) para estar presente, uma vez mais, na final da Taça de Portugal, regressando assim ao Jamor quatro anos depois da sua última presença (época de 2007/08). Até lá, ficamos todos a torcer para que este sonho se torne realidade, isto é, que o Sporting esteja presente pela 26ª vez na grande "festa do futebol" e ganhe o seu 16º troféu nesta prova.