terça-feira, 28 de abril de 2009

Albano



Possuía o talento mais genuíno de todos os comparsas da orquestra dos “cinco violinos”.
A sua paixão pela bola era inegociável e o talento com que a tratava constituía um dom genético que tinha tanto de inexplicável como de belo.
Albano Pereira (1921-1990) foi um dos mais geniais jogadores portugueses de todos os tempos, um especialista das linhas (a esquerda e a final), um alimentador da vocação goleadora de todos os avançados com quem jogou e, ele próprio, um jogador com remate fácil e certeiro- no total de 322 jogos oficiais pelo Sporting, apontou 153 golos, com parcial de 240 jogos e 118 golos a contar para o campeonato nacional.
Ao longo de 13 épocas de leão ao peito, Albano somou apenas 15 internacionalizações (3 golos), número escasso para a importância que teve no futebol português e para as paixões que sempre despertou, sobretudo entre família verde e branca- de entre os violinos é aquele que apresenta números menos significativos com as quinas ao peito.
Conquistou 14 títulos pelo Sporting, oito dos quais por vitórias na I Divisão- ele, Travaços e Vasques são os recordistas da história leonina. A 29 de Julho de 1957 teve a sua festa de homenagem. Caminhava para 36 anos e a sua ligação ao Sporting estava longe de corresponder ao génio que tinha sido. Fizera apenas dois jogos em 1955/56 e perdia-se em treinos e partidos de reservas. A estética do adeus nunca o preocupou. Pelo contrário, anunciou que ficaria em Alvalade até o clube o mandar embora, deixando claro que, pelo amor que tinha ao Sporting e ao futebol, prolongaria eternamente a ligação. A sua generosidade não foi correspondida e acabou como corticeiro em aflições pelos salários em atraso nos anos 80.

Fonte: http://www.centenariosporting.com

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