terça-feira, 19 de maio de 2009

Luisinho



Luiz Carlos Ferreira. Natural de Nova Lima, em Minas Gerais, Luisinho iniciou-se no futebol, ainda garoto, no dente-de-leite do Villa Nova Atlético Clube. Em sua infância ajudava a mãe vendendo verduras durante a semana e aos domingos trabalhava como coroinha ajudando o padre na missa. Contentou-se com o diploma de ajustador mecânico pelo Senai e preparava seu futuro como mecânico ou como minerador, seguindo os passos de seu pai e de seu avô. Ingressou no quadro amador do time da Mineração Morro Velho, assinou seu primeiro contrato como profissional no Villa Nova Atlético Clube, em 1978, aos 19 anos. Logo que se profissionalizou, foi descoberto por Procópio Cardoso que o levou para a diretoria do Cruzeiro, que, no entanto, não se interessou pelo jogador. Seu passe foi cobiçado por vários clubes brasileiros, porém o Atlético foi mais rápido e o contratou por 800 mil cruzeiros. Após a chegada de Osmar no Galo, formou uma das maiores duplas de beques do Brasil.

Seu estilo leve e solto de jogar, tornou-se a sua marca no futebol. Luisinho sempre deixava o campo com a expressão serena de quem está voltando de um agradável passeio, sem parecer ter corrido 90 minutos em campo atrás da bola e protegendo sua área. Apesar de sua musculatura fraca e sua falta de velocidade em campo, Luisinho demonstrava uma insuperável visão de jogo. Como alguns críticos da época preferiam dizer, ele tinha uma antevisão. Como nenhum outro, Luisinho previa os desfechos nos lances, antecipava-se aos atacantes e tomava a bola dos adversários antes mesmo que estes conseguissem dominá-la. Realizava estas jogadas com tanta precisão e facilidade que parecia não gastar energias. Assim, fez o futebol parecer o jogo mais simples do mundo aos olhos da torcida, que explodia em aplausos e reverências ao estilo clássico e vistoso do jogador. Aos 21 anos, foi considerado o melhor do país em sua posição conquistando o mestre Telê Santana com seu futebol, que logo o escalou para o Selecção Brasileira em 1980, onde permaneceu como titular absoluto até o mundial de 82.

A Copa do Mundo de 82, na Espanha, sempre será uma marca na carreira de Luisinho. Titular absoluto da Selecção desde 1980, conquistou o país com suas jogadas de precisão e foi apontado por muitos como o mais destacado sucessor de Domingos da Guia. Porém, após a derrota para a Espanha, e a desclassificação do Brasil da Copa do Mundo em 82, Luisinho foi injustamente acusado pela derrota e de "amarelar" (o que, curiosamente, acontecera com o lendário Domingos da Guia, também numa derrota para a Itália, no Mundial de 1938), o que culminou em sua saída da Selecção.

Reconvocado em 1983, acabou preterido por Telê Santana e não permaneceu no grupo até o Mundial seguinte, em 1986. Após o Mundial, Luisinho e Telê, técnico do Atlético, novamente se encontraram no dia-a-dia. Retomaram a amizade e logo depois Luisinho foi promovido a capitão do time alvinegro. Em 1989, foi vendido ao Sporting de Portugal.

Quando foi contratado pelo Sporting em 1989, Luisinho trazia um lastro de classe absolutamente inquestionável. Este central brasileiro, que ingressou no Sporting já veterano, tendo o seu ponto alto no Mundial de 82, sendo titular indiscutível, impôs os créditos de libero, função que desempenhava com classe: era inteligente a avaliar cada situação, tinha velocidade, elegante no desarme e eficaz a quando saía a jogar de trás.

Antecipava as acções dos adversários e, por via dessa habilidade extraordinária, chegava sempre em melhores condições para ganhar os despiques individuais. Não ganhando nenhum título entra na história do Sporting Clube de Portugal pelas marcas de qualidade entre 1989 e 1992.

3 comentários:

Anónimo disse...

era para dizer q o teu blog está mesmo muito bom!! passei aqui bons tempos a ver fotos e a ler.

NUNO RAMOS disse...

Obrigado amigo! Mas devo dizer que os responsáveis por este blogue é o Sporting Clube de Portugal e os seus atletas, contraí esta doença por causa deles!

Obrigado pela visita, há novidades todos dias.

Viva o Sporting!

azueira disse...

Aquele corte de calcanhar, todo no ar, em Nápoles, ficou na minha história do futebol.