terça-feira, 13 de outubro de 2009

Careca

Hamilton Souza, conhecido no meio futebolístico por "Careca", nasceu a 27 de Setembro de 1968, em Passos (Brasil). Careca foi um dos muitos jogadores brasileiros que, ao longo dos últimos 30 anos, passaram pelo Sporting, e embora viesse rotulado de craque (o presidente Sousa Cintra chegou a afirmar que era o "novo Eusébio"!!!), o avançado brasileiro acabou por não confirmar as elevadas expectativas criadas em torno de si.
Quando Careca ingressou no Sporting, no início da época de 1990/91, era um jovem talento que ainda não tinha completado 22 anos de idade. No entanto, era já um jogador com prestígio no Brasil, nomeadamente, pelo facto de ter integrado a Selecção Olímpica Brasileira que disputou e conquistou a medalha de prata no torneio olímpico de futebol dos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988.
Neste torneio, o Brasil realizou uma excelente campanha, tendo chegado à final e perdendo apenas no prolongamento, por 2-1 diante da então fortíssima selecção da URSS. Careca foi um dos jogadores titulares do "escrete canarinho", fazendo dupla atacante com Romário.
Careca estreou-se com a camisola dos "leões" no jogo da 1ª jornada do Campeonato Nacional, realizado a 19 de Agosto de 1990, no Estádio José Alvalade, diante do Vitória Sport Clube, tendo o Sporting vencido a equipa vitoriana por 3-0, com um dos golos da autoria de Careca.
Na sua 1ª época em Alvalade, Careca foi um dos jogadores leoninos mais utilizados pelo técnico brasileiro Marinho Peres, tendo sido titular durante grande parte da temporada, realizando um total de 38 jogos, dos quais 30 a contar para o campeonato, e marcando 9 golos (8 para o campeonato).
Contudo, atendendo ao que dele se esperava, pode-se dizer que Careca acabou por constituir uma meia-decepção, não conseguindo convencer de todo os sportinguistas. Na verdade, Careca era um jogador dotado de uma excelente técnica individual, aquilo a que se chama vulgarmente um jogador "bom de bola", ao bom estilo brasileiro, mas agarrava-se demasiado à bola, tornando-se excessivamente individualista e esquecendo-se que o futebol é um jogo de equipa.
A partir da 2ª metade da época de 1990/91, o nível das exibições do avançado brasileiro começou a decair, demostrando uma grande irregularidade exibicional, alternando jogos razoáveis e até bons com jogos medíocres, nos quais se apagava, passando ao lado do jogo.
A época seguinte foi, para Careca, uma época verdadeiramente para esquecer, pois o avançado brasileiro apenas realizou 3 jogos pelos "leões", nunca se tendo conseguido impor na equipa titular, nem tão pouco, confirmar algumas das coisas boas que havia feito na época anterior, caindo por completo no esquecimento e acabando por abandonar o Sporting, ainda antes de terminar a época de 1991/92.

4 comentários:

Peyroteo disse...

Achava-o bom jogador. Os números dele na 1ª época foram muito interessantes até e marcou golos de belo efeito (em Guimarães, por exemplo).
Mas o que me lembro mais foi uma jogada no Malines-Sporting em que passou entre dois belgas que foram um contra o outro e depois assistiu o Cadete que fez um chapéu ao Preud'Homme.

João Brites disse...

A única recordação de jeito que tenho dele, foi quando em Alvalade, sentou o Matthaus! :)

http://www.factor-web.com/super/videos/video43.htm

Muito pouco para quem vinha rotulado de craque....

[João Brites]
[BLOGUE] [O CROMO DOS CROMOS]

NUNO RAMOS disse...

Era pesado, lento, tinha um futebol irritante, pedia licença a uma perna para começar a correr, andar melhor ainda...

Cantinho do Morais disse...

Um flop. Completamente desfasado da realidade do futebol português e do clube que tinha que defender. O excesso de pressão que Sousa Cintra colocou sobre os seus ombros ("novo Eusébio"), retirou-lhe espaço para crescer de forma sustentada. Mas, na verdade, nunca demonstrou grande vontade ser bom, uma aposta séria.
Não deixou saudades. Ainda foi para o Famalicão, num processo em que este clube ficou de pagar cerca de 1 milhão de contos ao Sporting. Como é óbvio, isso nunca aconteceu... Mas se fosse o Luis Manuel e os 90 mil contos à Ovarense....

Na memória, fica o golo no Bessa, o primeiro, no dia em que se matou o borrego.