quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Mário Jorge

Mário Jorge da Silva Pinho Fernandes, nascido a 24 de Agosto de 1961, em Ponta Delgada, nos Açores, foi um dos grandes jogadores formados na excelente escola de formação do Sporting, tendo passado pelos vários escalões das camadas jovens do clube de Alvalade até chegar, com 18 anos, ao plantel sénior do Sporting, no começo da época de 1979/80.
Na verdade, Mário Jorge foi um dos mais talentosos futebolistas da sua geração e um dos melhores jogadores que passaram pelo Sporting durante a década de 80. Mário Jorge possuía um pé esquerdo fantástico, através do qual conjugava uma excelente técnica individual com uma extraordinária visão de jogo. As suas arrancadas pelo corredor esquerdo, com a bola "colada" ao pé esquerdo, através do qual fintava e driblava os adversários, ficam na memória de todos os sportinguistas que tiveram o privilégio e o prazer de o ver jogar.
Mário Jorge jogou no Sporting durante 11 temporadas (entre 1979/80 e 1990/91), com uma interrupção na época de 1989/90, na qual representou o Beira-Mar. Ao longo dessas 11 épocas de "leão ao peito", Mário Jorge realizou um total de 262 jogos, tendo marcado 22 golos.
Ao serviço do Sporting, Mário Jorge conquistou 2 Campeonatos Nacionais, nas épocas de 1979/80 e 1981/82, uma Taça de Portugal, na época de 1981/82 e duas Supertaças "Cândido de Oliveira", nas épocas de 1982/83 e 1987/88. Foi, ainda, finalista vencido da Taça de Portugal, na época de 1986/87, tendo o Sporting sido derrotado pelo Benfica, por 2-1.
Mário Jorge fez a sua estreia pelos "leões" a 12 de Setembro de 1979, no Estádio José Alvalade, em jogo a contar para a 1ª jornada do Campeonato Nacional da época de 1979/80, no qual o Sporting venceu o Estoril por 2-0. Aliás, este viria a ser o único jogo realizado por Mário Jorge naquela temporada, voltando a realizar apenas 2 jogos na época seguinte (1980/81).
Foi a partir da temporada de 1981/82 (inclusivé) que Mário Jorge, então com 20 anos, conquistou definitivamente a titularidade na equipa leonina, vindo a afirmar-se como titular indiscutível do Sporting nas épocas seguintes, jogando quer no lugar de defesa esquerdo, quer no lugar de médio esquerdo, cujas posições foi alternando ao longo das 9 temporadas seguintes passadas em Alvalade, tendo disputado, durante esse período de tempo, uma média de cerca de 29 partidas por época.
Depois de ter sido internacional nos diversos escalões das selecções nacionais jovens, Mário Jorge chegou, igualmente, à Selecção Nacional A, em representação da qual foi 9 vezes internacional.
Mário Jorge foi um dos célebres "heróis de Estugarda", tendo sido titular (a médio esquerdo) no último e decisivo jogo de apuramento para o Campeonato do Mundo do México (1986), no qual Portugal venceu, em Estugarda, a poderosa selecção alemã, por 1-0, através de um fantástico golo da autoria de Carlos Manuel, com um remate, forte e colocado, de fora da área. Mário Jorge cotou-se, nesse jogo, como um dos melhores jogadores da selecção, realizando uma excelente exibição, à qual só faltou um golo que o esquerdino dos "leões" fez por merecer e que, aliás, esteve perto de alcançar.
Mário Jorge viria a estar presente num outro jogo inesquecível, desta vez, ao serviço do Sporting, contribuindo com 2 golos seus para a vitória memorável sobre o Benfica, por 7-1, tendo o esquerdino leonino inaugurado o marcador e feito, ainda, o 4º golo, jogando de novo a médio esquerdo, talvez a posição na qual melhor rendia e onde tirava maior partido das suas enormes potencialidades.
Mário Jorge abandonou o Sporting no final da temporada de 1990/91, na qual o Sporting atingiu as meias-finais da Taça UEFA, tendo Mário Jorge participado em 2 jogos da excelente campanha leonina na Europa. Aos 30 anos, Mário Jorge abandonava definitivamente o "clube do seu coração", pondo fim a uma forte ligação de 11 anos, ao longo dos quais, teve os seus altos e baixos, passou por bons e maus momentos, mas mostrou, acima de tudo, ser um talento puro e um predestinado da bola.
À semelhança de outros jogadores formados no Sporting e que foram talentos precoces, também em relação a Mário Jorge se esperava que tivesse atingido, com o decorrer dos anos, um rendimento mais elevado no futebol português e, consequentemente, que tivesse alcançado voos mais altos, inclusivamente, a nível internacional (à semelhança, por exemplo, de Futre e Figo), ficando-se com a sensação de que a sua carreira poderia ter atingido um brilhantismo muito maior que aquele que na verdade atingiu.

1 comentário:

RFM disse...

Mario Jorge teve momentos brilhantes na sua carreira. Pena foi não ter ido ao Mundial do México depois do brilhantismo que teve e foi em Estugarda. Mas isso nem admira, tamanho era o compadrio na FPF que nem o nosso Manuel Fernandes como o melhor marcador do Nacional não foi convocado para esse Mundial