Pela 3ª vez na sua história, Portugal qualificou-se, em 2002, para o Campeonato do Mundo de Futebol, realizado na Coreia do Sul e no Japão. Dezasseis anos depois da última presença de Portugal numa edição do "Mundial", realizado no México, em 1986, e de tão má memória para os portugueses, a chamada "geração de ouro" do futebol português conseguia, finalmente, apurar-se para a fase final de um Campeonato do Mundo, após o falhanço no apuramento para o "Mundial" de 1998, realizado em França.
Contudo, à semelhança do ocorrido em 1986, no México, também neste "Mundial" Asiático a Selecção Nacional não passou da fase de grupos. Com efeito, tal como se havia verificado no "Mundial" Mexicano, a selecção dos "tugas" averbou uma vitória e duas derrotas que ditaram a sua eliminação precoce da competição.
À partida para este Campeonato do Mundo, depositavam-se grandes expectativas à volta da Selecção Nacional, a qual tinha, de facto, legítimas aspirações de chegar longe na prova. Porém, uma série de contratempos, precalços e peripécias entretanto surgidas vieram condicionar e prejudicar o desempenho lusitano na competição.
Na verdade, uma vez mais, verificaram-se dificuldades ao nível logístico, na organização e no planeamento/preparação do estágio em Macau, às quais se juntaram guerras internas pelo poder, problemas disciplinares, casos e desentendimentos ocorridos no seio da selecção, envolvendo jogadores, treinadores e dirigentes federativos. Como se já não bastasse toda esta desorganização e confusão, deu-se, ainda, o controlo anti-doping de Kenedy que acusou positivo, dando-se o regresso imediato do jogador a Portugal.
Equipa (com 3 "leões") que alinhou no jogo de estreia, diante dos EUA, e perdeu (3-2).
Em cima (da esquerda para a direita): Vítor Baía (g.r.), Fernando Couto (cap.),
Pauleta, Beto, Jorge Costa e Rui Costa.
Em baixo (mesma ordem): Sérgio Conceição, Rui Jorge, Petit, João Vieira Pinto e Figo.
Como consequência de toda esta agitação e desorientação, a Selecção Nacional não podia ter entrado da pior maneira no "Mundial", perdendo, no jogo de estreia, com os EUA (Estados Unidos da América) por 3-2, depois de estar a perder, por 3-0, aos 35 minutos de jogo. A seguir, redimiu-se com uma convincente e concludente vitória sobre a Polónia, por 4-0. No 3º jogo, bastava-lhe um empate com a Coreia do Sul, mas o nervosismo e o descontrolo emocional que se apossou da "equipa das quinas", reflectindo-se em duas expulsões (João Vieira Pinto e Beto), deitou tudo a perder, acabando por sair derrotada, por 1-0, e ser eliminada da competição, uma vez mais, sem honra nem glória. À semelhança dos "patrícios" de 1986, também os "tugas" de 2002 não deixaram saudades!
Dos 23 seleccionados para o Campeonato do Mundo da Coreia do Sul e do Japão, estiveram presentes 7 jogadores do Sporting, o clube que forneceu mais jogadores à Selecção Nacional. A este maior contingente de jogadores leoninos, não foi alheio o facto do Sporting ter conquistado, no final dessa época, a "dobradinha", vencendo novamente, ao fim de 20 anos, o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal, demonstrando ter sido a melhor equipa da temporada.
Beto e Hugo Viana
João Vieira Pinto e Nélson
Indicamos, a seguir, os nomes dos 7 "leões" presentes no "Mundial" Asiático (por ordem alfabética): Beto (defesa direito/defesa central), Hugo Viana (médio centro), João Vieira Pinto (avançado), Nélson (guarda-redes), Paulo Bento (médio defensivo/trinco), Pedro Barbosa (médio ofensivo) e Rui Jorge (defesa esquerdo).
Paulo Bento e Pedro Barbosa
Rui Jorge
A título de curiosidade, refira-se que, destes 7 jogadores leoninos, 3 não chegaram a efectuar qualquer jogo na prova. Foram eles, Nélson, Hugo Viana e Pedro Barbosa. Os outros 5 jogaram todas as partidas.
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