Com a entrada de Paulo Sérgio em Alvalade, este passa a ser o 49º treinador dos últimos 50 anos da História do futebol leonino. Com efeito, desde a época de 1960/61 até hoje, passaram pelo Sporting 49 treinadores, dos quais 24 (praticamente metade) de nacionalidade estrangeira.
Desde logo, o que surpreende neste registo é a constante entrada e saída de treinadores de Alvalade, época após época, verificando-se uma média, nestes últimos 50 anos, de 1 treinador por época, facto este que demonstra a instabilidade permanente em que o Sporting tem vivido nesta matéria, não conseguindo, a maioria das vezes, aguentar um treinador durante mais de uma época, salvo honrosas e raras excepções.
Para além desta constatação, há a referir outro facto, que é o de, somente em metade daquelas 50 épocas, o Sporting ter conseguido manter um treinador do princípio ao fim da temporada. Esta realidade também ajuda a explicar por que razão o Sporting não tem alcançado, nas últimas 5 décadas, comparativamente com os seus 2 rivais, o sucesso e o número de êxitos no futebol consentâneos com o historial, prestígio e riqueza de palmarés desportivo do clube de Alvalade.
Este cenário de instabilidade tem vindo a alterar-se nos últimos tempos, em particular, na última década (entre 2000/01 e 2009/10), uma vez que, só por 3 vezes, o clube de Alvalade trocou de treinador no decorrer da temporada. Tal situação ocorreu nas épocas de 2000/01 (troca de Inácio por Manuel Fernandes), 2005/06 (troca de José Peseiro por Paulo Bento) e 2009/10 (troca de Paulo Bento por Carlos Carvalhal).
Nos últimos 50 anos, Paulo Bento é o treinador com mais tempo de permanência no comando técnico do Sporting, com um total de 49 meses, sendo que, este período de tempo corresponde a 3 temporadas completas e duas incompletas, facto este notável, tendo em conta a tradição leonina.
Seguem-se Fernando Vaz com 32 meses, Juca com 31 meses (2 passagens pelo clube), Manuel José com 27 meses (2 passagens pelo clube), Mário Lino (3 passagens pelo clube) e Carlos Queiroz com 26 meses cada um.
A título de curiosidade, apresentamos, a seguir, a lista dos treinadores que estiveram, nas últimas 5 décadas, 12 ou mais meses (seguidos ou não), no comando técnico do Sporting:
- PAULO BENTO (uma passagem): 49 meses;
- FERNANDO VAZ (uma passagem): 32 meses;
- JUCA (duas passagens): 31 meses;
- MANUEL JOSÉ (duas passagens): 27 meses;
- MÁRIO LINO (3 passagens): 26 meses;
- CARLOS QUEIROZ (uma passagem): 26 meses;
- MARINHO PERES (Brasil) (uma passagem): 19 meses;
- LAZSLO BOLONI (Roménia) (uma passagem): 19 meses;
- BOBBY ROBSON (Inglaterra) (uma passagem): 16 meses;
- AUGUSTO INÁCIO (uma passagem): 15 meses;
- JOSÉ PESEIRO (uma passagem): 14 meses;
- FERNANDO CAIADO (uma passagem): 14 meses;
- FERNANDO MENDES (3 passagens): 13 meses;
- OTTO GLÓRIA (Brasil) (duas passagens): 13 meses;
- JOZEF VENGLOS (ex-Checoslováquia) (uma passagem): 12 meses;
- OCTÁVIO MACHADO (duas passagens): 12 meses.
Na verdade, prevê-se que este "recorde" de 49 meses de Paulo Bento seja difícil de bater nos próximos anos, inclusivamente, a longo prazo, pois desta lista de 16 treinadores, e tendo em conta aqueles que estão em actividade, os que se encontram mais perto do ex-técnico leonino são Manuel José, com 27 meses (ainda assim a 22 meses de distância de Paulo Bento), seguido de Mário Lino e Carlos Queiroz, ambos com 26 meses (23 meses de distância).
Seria um bom sinal se o actual técnico dos "leões", Paulo Sérgio, viesse a permanecer em Alvalade, pelo menos, duas temporadas, pois, muitas vezes, os resultados de uma equipa de futebol só aparecem ao fim de 2 ou mais anos de trabalho intenso e de conhecimento mútuo entretanto adquirido entre treinador e jogadores. Às vezes também é necessário saber esperar e ter paciência, qualidade esta, que não é, de facto, o forte dos adeptos portugueses!
1 comentário:
Duas épocas no panorama actual do futebol mundial já seria muito bom.
Há que dar os parabéns a Paulo Bento a quem só faltou ganhar um campeonato e com a sua tranquilidade se manteve 4 anos no Sporting. Um recorde absoluto.
Temos que dar continuidade ao trabalho feito e a tranquilidade e o beneficio da dúvida (mas não da burrice nem da ingenuidade) aos treinadores. não se deve é fazer uma gestão de "2ª Feira".
Enviar um comentário