A famosa linha avançada leonina (Jesus Correia, Vasques, Peyroteo,
Albano e Travassos) baptizada de "os cinco violinos" por Tavares da Silva
(treinador do Sporting, seleccionador e jornalista).
A primeira época em que os famosos "cinco violinos" jogaram juntos (entradas de Vasques e Travassos) no Sporting (treinado pelo inglês Robert Kelly) foi em 1946/47, tendo esta temporada ficado, desde logo, marcada por um recorde que perdura ainda até aos dias de hoje e que perdurará, certamente, por muitos e bons anos.
Caricatura dos "cinco violinos" da autoria de Pargana.
Da esquerda para a direita: Albano, Travassos, Peyroteo, Vasques e Jesus Correia.
Com efeito, na temporada que assinalou a conquista do 3º Campeonato Nacional da sua História (depois dos títulos de 1940/41 e 1943/44), a equipa leonina e, em particular, a sua extraordinária linha avançada, formada por Jesus Correia (extremo direito), Vasques (interior direito), Peyroteo (avançado centro), Travassos (interior esquerdo) e Albano (extremo esquerdo), alcançou um feito inédito que foi o de ter marcado 123 (!) golos em 26 jogos, à média notável de cerca de 4,7 golos por jogo! Para este recorde, contribuiu Peyroteo com 43 golos, sagrando-se o melhor marcador do campeonato.
Em cima (da esquerda para a direita): Canário, Veríssimo, Azevedo,
Octávio Barrosa, Juvenal e Manuel Marques.
Em baixo (mesma ordem): Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Albano e Travassos.
Depois daquela fantástica marca de 123 golos obtida na época de 1946/47, só ao alcance de uma autêntica "máquina" de fazer golos como era, de facto, aquele extraordinário quinteto avançado, somente em mais 3 ocasiões uma equipa conseguiu marcar 100 ou mais golos. Na verdade, tal aconteceu nas épocas de 1963/64 e 1972/73, por intermédio do Benfica (de Eusébio e companhia), cujas equipas marcaram, respectivamente, 103 golos (em 26 jogos) e 101 golos (em 30 jogos); na época de 1948/49, última temporada em que os "cinco violinos" jogaram juntos (saída de Peyroteo no final dessa época), os "leões", treinados por Cândido de Oliveira, apontaram 100 golos (em 26 jogos), tendo Peyroteo, uma vez mais, se sagrado "Rei" dos marcadores, com 40 golos.
Em cima (da esquerda para a direita) - jogadores: Octávio Barrosa, Álvaro Cardoso,
Canário, Veríssimo e Azevedo. Em baixo (mesma ordem): Manuel Marques,
Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano.
Nas 5ª e 6ª posições relativas às equipas com mais golos marcados no Campeonato Nacional surgem, respectivamente, o Benfica (época de 1946/47) com 99 golos e novamente o Sporting, cuja equipa treinada por Mário Lino na temporada de 1973/74 (época de "dobradinha"), marcou 96 golos (em 30 jogos). Desses 96 golos, 46 foram apontados pelo inesquecível avançado argentino Yazalde, cuja marca constitui, igualmente, recorde a nível nacional e que lhe permitiu conquistar a "Bola de Prata" e a "Bota de Ouro".
Em cima (da esquerda para a direita): Vagner, Alhinho, Baltasar, Damas,
Carlos Pereira e Bastos. Em baixo (mesma ordem): Manaca, Marinho,
Nélson, Yazalde e Dé.
A pergunta que se coloca é a seguinte: Para quando, novamente, uma equipa a marcar perto de 100 golos? Convenhamos que, nos tempos que correm, não é uma tarefa nada fácil de concretizar, pois não se vislumbra, actualmente, nenhuma equipa que possua uma linha avançada de categoria tal, capaz de cometer semelhante feito.
Existem diversos factores que dificultam a marcação de um elevado número de golos por parte de uma equipa: equilíbrio cada vez maior entre as equipas, quer do ponto de vista físico, táctico e técnico; adopção, por parte dos treinadores, de esquemas tácticos defensivos e de pouco risco, cujas respectivas equipas jogam, muitas vezes, para não perder, em vez de jogarem para ganhar; ausência de avançados do nível daqueles que existiram nas épocas atrás referidas e que contribuíram para aqueles extraordinários registos (os "cinco violinos", Rogério, Arsénio, Espírito Santo, Eusébio, José Augusto, Torres, Simões, Jaime Graça, Artur Jorge, Vítor Baptista, Nené, Jordão, Yazalde, Dinis, Marinho,...).
Só a título de curiosidade, refira-se que, desde a época de 1975/76 (exclusivé) até hoje (já lá vão 34 anos!), apenas em 7 ocasiões uma equipa marcou 80 ou mais golos, não tendo, contudo, chegado aos 90 golos. Este facto estatístico serve, na verdade, para prever que, tão depressa, a meta dos 100 golos não será atingida!
1 comentário:
E Jorge Jesus ainda queria atingir os 100 golos na liga na época passada. Só mesmo com um milagre.
Bom artigo.
Cumprimentos
http://showdi-bola.blogspot.com/
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