Durante vários anos seguidos, mais concretamente, entre o final da década de 40 e o início da década de 50, os jogos Sporting-Benfica ou Benfica-Sporting realizavam-se no Estádio Nacional, apesar dos dois eternos rivais possuirem os seus próprios estádios, jogando o Benfica no Campo Grande e o Sporting no Estádio do Lumiar.
Compreende-se facilmente que os dois clubes lisboetas escolhessem, de comum acordo, o Estádio Nacional para palco dos "derbies", pois estando aquele localizado no Jamor (Cruz Quebrada), na periferia de Lisboa, e sendo um recinto imponente, com mais de 40 000 lugares e com um relvado espectacular, tal enquadramento proporcionaria um melhor espectáculo futebolístico e daria um relevo e significado ainda maiores ao já de si emocionante e entusiasmante confronto entre os dois eternos rivais.
Foi assim, que uma vez mais, se realizou a 18 de Novembro de 1951, no Estádio Nacional, mais um "derby" a contar para a 9ª jornada do Campeonato Nacional da temporada de 1951/52. Oficialmente, de acordo com o calendário, o Benfica jogava na condição de visitado e acabaria por vencer o Sporting, por 3-2, após uma partida intensamente disputada e bastante equilibrada. Ao intervalo, o Sporting vencia por 2-0, com golos apontados por Jesus Correia e Albuquerque. Porém, na 2ª parte, o Benfica efectuaria a reviravolta no marcador, marcando 3 golos e alcançando uma suada e difícil vitória, com José Águas a bisar e Rogério a desempatar a partida a favor da equipa encarnada.
Curiosamente, no jogo da 2ª volta, de novo realizado no Estádio Nacional, o Sporting, agora na condição de visitado, devolveria ao Benfica o mesmo resultado da 1ª volta, vencendo o seu rival igualmente por 3-2.
Apresentamos, a seguir, uma lindíssima foto da autoria do célebre fotógrafo Amadeu Ferrari, pai do não menos célebre Nuno Ferrari (repórter fotográfico do jornal "A Bola") que lhe seguiu as pisadas. Com efeito, o enquadramento da fotografia é espectacular, vendo-se reflectidos na água os jogadores perfilados em frente à tribuna de honra. Na verdade, poucas horas antes de se iniciar o encontro havia chovido bastante e a água acumulou-se na pista de cinza, formando uma espécie de "lago" à volta do relvado.
Separata da revista "Mundo de Aventuras".
Eis a constituição da equipa leonina que alinhou neste "derby": Carlos Gomes; Caldeira e Coelho; Gervásio, Passos (cap.) e Veríssimo; Jesus Correia, Vasques, Albuquerque, Travassos e Albano.
No final da temporada, e após um campeonato bastante renhido e disputadíssimo até à última jornada da prova, o Sporting voltaria a sagrar-se campeão nacional, apenas com mais um ponto que o Benfica, respectivamente com 41 e 40 pontos.
3 comentários:
Em 1952, já havia pista de tartan ???
Eh pah ...
E da equipa dos "5 violinos" já só restavam, Veríssimo, Jesus Correia, Vasques, Travaços e Albano. O Coelho (Armando) vindo de Moçambique, saiu e penso que ainda voltou outra época mas já lá estava o Pacheco. O Gervásio, vindo do Barreirense também não durou e o Albuquerque (o polícia) vindo do Oriental, também foi mais uma experiência de avançado centro, a seguir ao Décio e antes do Valter (do Espinho) e do Gabriel (do Braga). Tudo "flops". Estava lá o Martins que, pelo menos, era melhor e jogava onde fosse preciso!
Quanto ao "tartan", foi bem observado. Era cinza e servia para o Rogério se entreter a atirar para lá com o Jesus Correia. Tão amigos que eles eram, lá dentro...
Saudações leoninas,
João Celorico
Que separata magnífica. Isto é uma autêntica relíquia!
Enviar um comentário