Lance aparatoso na grande área do Sporting, com Alhinho, de forma acrobática, a afastar a bola.
Na véspera do dia 25 de Abril de 1974, data histórica para Portugal, em que o MFA (Movimento das Forças Armadas) derrubou o governo chefiado por Marcello Caetano e instaurou a liberdade e a democracia, o Sporting jogava uma partida decisiva em Magdeburgo, na antiga RDA, a contar para as competições europeias, mais concretamente, a 2ª mão da meia-final da Taça das Taças, frente ao Magdeburgo, não imaginando que no dia seguinte se iria dar a "Revolução dos Cravos", pondo fim a 48 anos de ditadura!
Previa-se uma tarefa extremamente difícil para o Sporting após o empate (1-1) verificado 15 dias antes (a 10 de Abril de 1974) no Estádio José Alvalade, jogo no qual o Sporting só não venceu por manifesta falta de sorte e de pontaria dos seus jogadores, pois oportunidades de golo não faltaram. Ainda para mais, o Sporting não podia contar, para o jogo da 2ª mão, com dois dos seus melhores jogadores, os avançados Dinis e Yazalde, ambos lesionados.
E, de facto, as coisas não podiam começar da pior maneira para a equipa leonina, pois com apenas 10 minutos de jogo, aquela encontrava-se já a perder por 2-0. A 12 minutos do fim, os "leões", por intermédio de Marinho, reduziram a desvantagem para 2-1, fazendo renascer as esperanças numa vitória na eliminatória.
Momento em que Marinho acabava de apontar o golo que fazia renascer as esperanças leoninas!
Entretanto, Tomé, entrado recentemente, perto do final do encontro, teve nos pés uma oportunidade soberana de empatar a partida, cujo resultado (2-2) daria vantagem ao Sporting no conjunto das duas mãos, pelo 2 golos marcados fora. Contudo, o médio leonino falhou, de forma incrível, um golo que parecia certo, para desespero dos seus companheiros e adeptos leoninos.
Tomé leva as mãos à cabeça não acreditando na perdida incrível de um golo fácil!
Acabou por ser uma derrota inglória e injusta para a equipa leonina e um dia muito triste e infeliz para todos os sportinguistas, pois a final desta competição esteve novamente muito perto de acontecer, passados 10 anos da conquista da Taça das Taças de 1964. Com efeito, o Sporting esteve à beira de também fazer história na Alemanha Oriental (ex-RDA), na véspera do dia histórico que aconteceu em Portugal.
Baltasar não consegue conter as lágrimas de tristeza no final do encontro!
Para a história, recordamos a equipa leonina que alinhou em Magdeburgo, na véspera do 25 de Abril de 1974, cujos jogadores, apesar da derrota e da eliminação, foram uns heróis e uns bravos "leões" que honraram e dignificaram, com o seu esforço e suor, a camisola que envergavam:
Damas; Manaca, Bastos, Alhinho e Carlos Pereira; Vagner (cap.), Paulo Rocha e Baltasar; Marinho, Nelson e Chico. Aos 64 minutos, Joaquim Rocha entrou para o lugar de Carlos Pereira e, aos 81 minutos, Tomé rendeu Paulo Rocha, numa última tentativa, por parte de Mário Lino, o técnico dos "leões", de chegar ao empate, que esteve tão perto de acontecer!
As fotos que apresentamos em cima foram publicadas na edição nº5 da Revista "Livre - O Desporto em Revista", de 1 de Maio de 1974.
6 comentários:
Excelente memoria. Volto a enderecar os parabens a este belissimo blog. Nunca pare de postar!!
Quanto ao jogo. O Magdeburgo estava muito forte e viria tambem ele a fazer historia, tornando-se na primeira (e unica) equipa da ex-RDA a triunfar nas provas da UEFA, derrotando o super-favorito Milan na final.
O Sporting desse ano com o Mario Lino tb estava "no ponto" e fez a dobradinha em Portugal, ficando tao perto da "tripleta"...
Saudacoes Leoninas!
Na 1ª mão, não foi quando o Dinis falhou um penalty?
Caro amigo João Brites. Assim de momento, não me recordo desse facto. Mas é possível. Talvez algum visitante sportinguista do Armazém Leonino possa confirmar essa dúvida. Ficamos a aguardar esclarecimentos. Um abraço e até breve. Alexandre.
O Dinis falhou um penalty na 1ª mão aos 52m
Falhou um penalty sim senhor. Vi este jogo com o meu Pai.
O meu Pai diz que o jogo da 1ª mão foi o mais injusto que viu na vida dele.
Na 2ª mão jogamos sem 5 ou 6 titulares. Caso contrário tinhamos mais um caneco no museu...
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