quinta-feira, 8 de abril de 2010

F.C. Porto - 0 / Sporting - 0 (1984/85)

No dia 24 de Novembro de 1984, na sua edição de Sábado, o Jornal A Bola publicava na capa a habitual caricatura, da autoria do mestre Francisco Zambujal, a anteceder a realização de mais um grande "clássico" do futebol português. Desta vez, tratava-se do F.C. Porto/Sporting, cujo jogo, a contar para a 11ª jornada do Campeonato Nacional da época de 1984/85, se iria realizar, no dia seguinte, no Estádio das Antas, no Porto.

Como habitualmente, estas caricaturas funcionavam como uma espécie de "aperitivo" e de antevisão do grande jogo do fim de semana. A beleza das imagens e a "força" da mensagem que elas transmitiam valiam mais do que "mil palavras", servindo para criar um ambiente de grande expectativa e de emoção à volta do "clássico" ou do "derby".
Aliás, durante muitos anos, as caricaturas de Francisco Zambujal foram uma imagem de marca do próprio jornal e passaram a ser insubstituíveis e indispensáveis para os leitores do, então, trissemanário desportivo.
A belíssima caricatura que apresentamos em cima, simboliza na perfeição o duelo que iria ser travado entre o F.C. Porto, treinado por Artur Jorge, e o Sporting, treinado pelo galês John Toshack. O técnico leonino está personificado pela figura do leão que mostra as suas garras (simbolizadas pelo melhor ataque do campeonato) perante o treinador portista que procura defender-se e domar o leão com uma cadeira (simbolizando a melhor defesa da prova) e um chicote.
Recordamos, a seguir, a constituição da equipa leonina que, no dia 25 de Novembro de 1984, sob um forte temporal (chuva, vento e frio), alinhou (no sistema táctico de 5x4x1) diante do líder F.C. Porto, em jogo arbitrado por Miranda Dias (Coimbra):
Damas; Gabriel, Oceano, Venâncio e Virgílio e Mário Jorge; Carlos Xavier, Litos, Oliveira e Sousa; Jordão.
O jogo viria a terminar empatado (0-0) e Venâncio seria expulso aos 76 minutos por acumulação de cartões amarelos. Por este motivo, Morato entrou, aos 78 minutos, para o lugar de Oliveira. Já antes, aos 54 minutos, Eldon entrara para o lugar de Gabriel.
Apesar da forte pressão imposta pelo F.C. Porto durante a maior parte do jogo, sobretudo, na última meia hora, período em que intensificou o ataque, o Sporting soube sempre defender-se muito bem, não abdicando de jogar com 3 defesas centrais e apenas com um ponta de lança.
A partir de determinada altura, o terreno ficou completamente encharcado e "empapado" e o F.C. Porto começou a usar e a abusar do chamado "chuveirinho", com cruzamentos constantes para a grande área sportinguista. Porém, os jogadores do Sporting, sobretudo os 5 defesas e o guardião leonino Vítor Damas, foram uns autênticos "leões", conseguindo, mesmo reduzidos a 10 jogadores, no último quarto de hora, resistir, com bravura e coragem, ao duplo "vendaval" que se abateu nas Antas: as condições climatéricas e a ofensiva portista.

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