Manuel António Caldeira, nascido a 14 de Dezembro de 1926, em Vila Real de Santo António, foi um dos grandes defesas leoninos da década de 50 do século XX.
Caldeira integrou as célebres equipas leoninas que conquistaram 4 Campeonatos Nacionais consecutivos, entre as épocas de 1950/51 e 1953/54, tendo sido o defesa direito titular indiscutível do Sporting durante aqueles anos dourados do futebol leonino.
Antes de ingressar no Sporting, no início da época de 1950/51, Caldeira havia representado o clube da sua terra natal, o Lusitano de Vila Real de Santo António, ao serviço do qual jogou durante 7 temporadas (uma como júnior), entre 1943/44 e 1949/50.
Quando o Lusitano de Vila Real de Santo António ascendeu à 1ª Divisão Nacional na época de 1947/48, Caldeira, então com apenas 21 anos, começou a dar nas vistas, fazendo recair sobre si a atenção dos responsáveis leoninos que procuravam um defesa jovem de qualidade para reforçar o sector mais recuado dos "leões".
Assim, não espantou que, no início da temporada de 1950/51, o Sporting tenha contratado o jovem e valoroso defesa algarvio, então com 24 anos. Caldeira "pegou de estaca" na equipa leonina, representando o Sporting ao longo de 9 temporadas, mais concretamente, entre as épocas de 1950/51 e 1958/59, período de tempo durante o qual se sagrou campeão nacional por 5 vezes (tetracampeão e novamente campeão em 1957/58) e conquistou uma Taça de Portugal (1953/54).
Com efeito, o defesa direito do Sporting esteve associado a todas as conquistas leoninas dos anos 50, tendo feito parte, ao longo de quase uma década, de grandes defesas leoninas, formadas por jogadores de enorme qualidade, casos de Pacheco, Passos, Juca e Galaz.
Caldeira estreou-se com a camisola leonina a 17 de Setembro de 1950, em jogo realizado no Estádio Nacional (casa emprestada do Benfica) a contar para a 1ª jornada do campeonato, tendo o Sporting vencido o seu rival por 3-1.
Durante as 9 temporadas em que jogou de "leão ao peito", Caldeira realizou um total de 217 jogos (1 golo marcado), fazendo uma boa média de 24 jogos por época.
O defesa direito leonino teve também a honra de ser chamado a representar, por 3 vezes, a Selecção Nacional A, ao serviço da qual se estreou a 19 de Dezembro de 1954, em jogo particular realizado no Estádio Nacional, frente à Alemanha, tendo Portugal sido derrotado por 3-0. A seguir, a 4 de Maio de 1955, Caldeira defrontou a Escócia, em Glasgow, em jogo particular, novamente com derrota de Portugal por 3-0. O último jogo de Caldeira com a camisola das "quinas" ocorreu a 22 de Maio de 1955, diante da Inglaterra, de novo num jogo particular, desta vez realizado no Estádio das Antas, no Porto, tendo a selecção nacional levado de vencida a sua congénere inglesa, por 3-1.
No final da época de 1958/59, então prestes a completar 33 anos, Caldeira abandonou o Sporting, regressando ao Algarve, onde ainda jogou durante 3 épocas, duas ao serviço do Portimonense (2ª Divisão Nacional) e a última em representação do Silves (3ª Divisão Nacional). No final da temporada de 1961/62, então já com 36 anos, Caldeira pendurou definitivamente as chuteiras, pondo assim termo a uma longa e bonita carreira, ao longo da qual se notabilizou como um defesa de grande qualidade, sóbrio, eficaz e com um enorme espírito de luta. Como reconhecimento pelos bons serviços prestados em defesa do emblema leonino, o Sporting fez uma festa de homenagem a Caldeira no final da sua última temporada (1958/59) em Alvalade.
2 comentários:
Manuel Caldeira no "Antigas Glorias do futebol algarvio"
http://algarvalentejo.blogspot.com/search/label/Caldeira
Caldeira numa Edição da revista "Ídolos do Desporto".
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