quinta-feira, 25 de novembro de 2010

As maiores goleadas alcançadas pelo Sporting (em casa) diante do F.C. Porto.


A propósito de mais um "clássico" Sporting-F.C. Porto (o 77º da História do Campeonato Nacional) que vai ter lugar, em Alvalade, no próximo sábado, dia 27 de Novembro, o Armazém Leonino recorda hoje as 4 maiores goleadas (por 5 ou mais golos de diferença) alcançadas pelo Sporting, na condição de visitado, frente ao F.C. Porto.
O resultado mais desnivelado verificado até hoje, num Sporting-F.C. Porto, ocorreu na época de 1936/37, em jogo a contar para a 10ª jornada do Campeonato da I Liga, cuja competição (que teve apenas 4 edições) antecedeu o Campeonato Nacional da 1ª Divisão (iniciado na temporada de 1938/39). Este jogo realizou-se no Campo Grande, a 4 de Abril de 1937, tendo o Sporting vencido o F.C. Porto por 9-1, com "poker" de Soeiro, "hat-trick" de Cruz e "bis" de Pireza.
Na época seguinte (1937/38), o Sporting voltou a golear o F.C. Porto, desta vez, por 6-1, em jogo realizado no Estádio do Lumiar, a 27 de Março de 1938, curiosamente jogado também à 10ª jornada, tal como o confronto da temporada anterior. Peyroteo fez "hat-trick", Cruz bisou e Mourão marcou o outro golo.
O Sporting voltou a golear o F.C. Porto, agora por 5-0, na temporada de 1941/42, em jogo realizado novamente no Estádio do Lumiar, a 18 de Janeiro de 1942, a contar para a 1ª jornada do campeonato daquela época. Cruz voltou a estar em destaque, fazendo novamente um "hat-trick", tendo Peyroteo e Ferreira apontado os restantes golos.
Este quinteto leonino, dos anos 30 e início dos anos 40, constituído por Soeiro, Mourão, Cruz, Pireza e Peyroteo foi, de facto, uma grande linha avançada do Sporting que antecedeu os ainda mais famosos "cinco violinos" (que se juntaram no início da época de 1946/47), tendo Peyroteo feito parte destas duas extraordinárias linhas atacantes.

Cruz e Mourão
Pireza e Soeiro (tio de Vasques)
Peyroteo
Seria necessário esperar 18 anos para se assistir a nova goleada, por 6-1 (tal como na temporada de 1937/38), em jogo realizado já no Estádio José Alvalade, a 24 de Janeiro de 1960, a contar para a 16ª jornada do Campeonato Nacional da época de 1959/60. Aliás, esta foi a maior goleada alcançada pelo Sporting diante do F.C. Porto no antigo e saudoso Estádio José Alvalade, o qual voltaria a ser palco, por mais duas ocasiões, de um resultado volumoso diante do F.C. Porto, nas temporadas de 1965/66 e 1975/76, respectivamente, por 4-0 e 5-1.
Os marcadores de serviço da equipa leonina que derrotou a formação portista por 6-1 foram o brasileiro Vadinho que fez "hat-trick", Faustino que bisou, tendo o peruano Seminário apontado o 6º e último golo do encontro.
Uma das "equipas-tipo" do Sporting da época de 1959/60. Nela podemos, entre
outros, identificar o brasileiro Vadinho (4º em baixo a contar da esquerda) que
foi a grande figura do jogo dos 6-1. Nesta equipa não se encontram presentes
os outros 2 marcadores leoninos do encontro diante do F.C. Porto:
Faustino e a grande "estrela" leonina de então, o peruano Seminário.

4 comentários:

Sporting até morrer disse...

Permita-me sugerir-lhe uma correcção.

O campeonato nacional da I Divisão só se começou a disputar com esta designação em 1938/39.
Entre 1934/35 e 1937/38 jogou-se simultaneamente o Campeonato da I Liga e o Campeonato de Portugal, pelo que não é correcto dizer-se que o campeão português é o que venceu o Campeonato da I Liga quando também havia o vencedor do Campeonato de Portugal.

Estes 4 campeonatos só há poucos anos passaram a contar para alguns, quase todos benfiquistas e muito apoiados por jornalistas de cor vermelha e jornais da mesma cor.
E contam para eles porque hoje em dia dá jeito manter o FCP à distância de 4 ou 5 títulos.

A meu ver será assim apenas o 73º derby no campeonato nacional, até porque se jogaram derbies entre Sporting e Porto para o Campeonato de Portugal nas referidas 4 épocas.

SL
José

Anónimo disse...

Tá visto que não é só o S L O C T que aparece por aqui a "botar" asneira.

ALEXANDRE disse...

Caro amigo José. Agradeço, desde já, a sua visita ao Armazém Leonino e os seus comentários. Relativamente à correcção que referiu, tenho a dizer o seguinte: No meu artigo eu refiro que o Campeonato Nacional da 1ª Divisão teve o seu início na época de 1938/39. No que diz respeito às 4 épocas que o antecederam, referentes à competição então denominada Campeonato da I Liga (de 1934/35 a 1937/38), existe de facto uma velha discussão que já tem décadas (!), entre os que defendem que devem ser contabilizadas essas 4 temporadas para efeitos de atribuição do número de títulos de campeão nacional conquistados e os que defendem, como o senhor José, o contrário. Acontece que, apesar de na altura ter existido uma competição denominada Campeonato de Portugal, ela tinha um formato parecido com a actual Taça de Portugal, pois era uma prova disputada por eliminatórias, portanto, nada tinha a ver com o formato de um campeonato nacional, em que jogam todos contra todos. Quanto ao Campeonato da I Liga, esta era uma competição disputada por 8 equipas em 14 jornadas, jogando cada uma duas vezes com as restantes. Assim, esta competição apesar de tudo tinha um formato semelhante ao actual campeonato nacional, embora aquelas 8 equipas fossem apuradas tendo em conta os primeiros classificados dos respectivos campeonatos regionais.
Orgulho-me de ser sportinguista (com quase 25 anos de sócio), não gosto do Benfica, mas, pela minha parte, não me incomoda nada considerar aquelas 4 épocas para efeitos de contabilidade dos títulos de campeão, nem tão pouco me parece incorrecto fazê-lo, mas obviamente respeito todos os pontos de vista e opiniões contrárias, como a do senhor José.
A terminar, deixo apenas uma pergunta: Se em vez de ter sido o Benfica a ganhar 3 edições do Campeonato da I Liga, tivesse sido o Sporting, será que nós, sportinguistas, não gostaríamos de fazer o mesmo e juntarmos esses títulos aos restantes? Um abraço e saudações leoninas! Alexandre Ribeiro.

Sporting até morrer disse...

Caro Alexandre,

Permita-me que não o trate por senhor, pois estamos, como disse e bem, entre sportinguitas.

Em relação ao seu último parágrafo, possivelmente teríamos o mesmo discurso que os benfiquistas têm neste momento, ou seja, contaríamos esses títulos como sendo campeonatos nacionais.

Mas a contarem, que contem desde o momemnto em que os ganharam.
Já tenho quase 40 anos, e lembro-me muito bem de, antes do Benfica entrar na sua fase negra de 10 épocas sem ganhar o título, apenas contabilizavam os títulos ganhos desde 38/39.
Como prova disso, basta ver os cachecois ou os jornais (da década de 80 especialmente), onde tal era visível.

Com a subida do Porto e os muitos títulos ganhos nas últimas três décadas, os benfiquistas passaram a querer somar também esses 3 títulos da I Liga (Liga experimental como era assim designada na altura), e hoje dizem ter 32 títulos ganhos.

É apenas isto que eu acho errado e que nós sportinguistas não devemos dar cobertura.
Igual a isto, só o facto dos portistas terem acordado um belo dia e descobrirem que afinal tinham sido fundados no séc. XIX...sem comentários este reescrever da história.

De resto caro Alexandre, os meus parabéns pelo espaço que visito regularmente para matar saudades do velho e saudoso Sporting.

Obrigado e saudações leoninas!

José